Expedição Toca do Matias – O grito de Independência
07/09/2017
E aqui estamos nós, em mais uma expedição. Marcada de última
hora, mas saiu. O dia amanheceu totalmente fechado e chovendo, a aventura já começou
dentro do carro na trilha que fizemos para chegar até ao local que iriamos
seguir a pé, muita lama e buraco durante todo o percurso, mas nada que tirasse
a empolgação de tentar chegar onde ninguém jamais tinha chegado, já que esse
era nosso objetivo. Demos uma errada no caminho, porém chegamos cedo ao local
em que os carros iriam ficar. Todos desceram e começamos a nos equipar, e nos
preparar para enfrentar as possíveis abelhas que tem na entrada da caverna. Nos
equipamos, deixamos o mínimo possível de pele a mostra, e traçamos a rota de
fuga caso as abelhas nos atacassem (OBS: estratégia era tipo Hermanoteu na
terra do Godá: “CORRE NEGADA!!”).
Equipados e com tudo “planejado” lá fomos nós entrar na
caverna, os espeleoninjas!
Da esq. p/ dir.: Thiago, Yanka, André Vieira, Estavan, André (xará), Mathaus |
Entramos pela passagem lateral com um pequeno declive e longe das abelhas. Após entrarmos, verificamos e vimos que as abelhas não estavam lá, uma tranquilidade já que na saída não precisaríamos virar ninjas novamente. O começo da caverna é bem tranquilo, porém requer uma atenção redobrada. Passamos a todo instante por beiradas, em que a queda resultaria em um grande problema. Passamos essa primeira parte e chegamos ao primeiro salão, o Salão dos 11, nome dado porque no dia tinham 11 pessoas presentes. Um salão bonito com espeleotemas muito bonitos.
Salão dos 11 |
Fizemos o registro fotográfico e seguimos, até chegar ao
Salão da Cúpula, um salão muito lindo em formato de cúpula como o próprio nome
já diz, porém me chamou muito a atenção a simetria do local, sensação fantástica
senti ao entrar no salão.
Salão da Cupula |
Nosso objetivo principal era encontrar novos salões, porém antes André queria nos mostrar algo em que era encontrado no Salão da Cupulinha, o “cabelo de anjo”. Então seguimos para lá e chegando lá todos ficaram maravilhados com o “cabelo de anjo”, uma formação muito frágil e muito linda. Passamos um tempo ali apreciando a beleza e logo após paramos um pouco para hidratar e fazer um pequeno lanche.
Todos hidratados e alimentados, seguimos para o nosso
objetivo principal: encontrar locais onde ninguém havia passada antes. Voltamos
ao Salão da Cúpula, que serve meio como o local que vai para todos os cantos da
caverna e tomamos o caminho do Bat Salão. Eu nunca vi tanto rastejo na minha
vida, poucas foram às vezes que caminhos normais dentro dessa caverna. Muito
teto baixo e rastejo que não acabava mais. Chegamos ao Bat Salão e lá eu percebi
o porquê do nome. Nas cavernas é normal encontrar morcegos, porém nesse salão é
incrível a quantidade deles, muito guano e muito morcego morto no chão também.
Com certeza, ali é local que eles escolheram para morar dentro da Toca do
Matias.
Pronto, chegamos ao ponto máximo que o SEA tinha explorado.
A partir dali tudo seria novo para todos, e a adrenalina começava a subir.
Começamos a andar e o incrível da Toca do Matias é que todo buraco, por menor
que seja, acaba dando em algum lugar. E então, muitas vezes precisamos fazer
base e explorar de forma breve as pequenas entradas que iam ficando no caminho
(sempre com rastejo ¬¬). Chegamos ao nosso primeiro salão e nomeamos de Salão
da Independência (sugestão de Estevan), já estávamos cavernando no dia 07 de
setembro.
A partir dali as possibilidades era muitas, pois o Salão da
Independência tinha vários caminhos que poderiam ser seguidos, Estevan pegou um
caminho e foi dar uma pequena explorado, enquanto eu pegava outra. Estevan
achou o dele promissor e decidimos seguir por ele. Logo que começamos a
explorar, percebemos que estávamos em um salão que havia desabado e vimos que a
sua estrutura era muito semelhante ao Salão da Cupula, e assim nomeamos de Salão
da Paleocúpula. E nesse salão ficamos impressionados com uma formação na rocha,
algo que pareciam nuvens e algodão doce para os que amam comida.
Nuvens ou algodão doce |
Paramos para apreciar um pouco, pois também precisamos
desses momentos. E após alguns minutos demos sequência, deixando uma entrada
lateral para fazer na volta. Andamos mais um pouco e chegamos em um pequeno
salão que fechava, tinham vários estalactites que pareciam muito estacas de
matar vampiro, os moradores do Bat Salão não gostaram muito desse salão,
acredito eu (KKKKKK), nomeamos de Salão das Estacas. Ao chegar no Salão das
Estacas, paramos para tomar mais um pouco de água e decidir se iriamos encerrar
a expedição ali, ou exploraríamos mais um pouco. Chegamos ao acordo de dar
continuidade e lá fomos nós. Voltamos mais um pouco e pegamos a entrada que tinha
ficado para a volta, seguimos e adivinha? Mais rastejo, não acabava nunca os
rastejos. E eles valeram a pena, chegamos em um conduto que parecia não ter fim
e com muito “ESCREMENTO” de algum animal, o que nos deixou muito ansiosos para
o que poderíamos encontrar. Encontramos algumas bases topográficas que não eram
nossas e percebemos que não éramos os primeiros a pisar ali.
O tempo não estava a nosso favor e decidimos voltar a partir
dali, porém com já voltávamos pensando no retorno para topografar e encontrar o
fóssil do animal que deixou aquele tanto de excremento naquele local.
A expedição foi um sucesso, não conseguimos o nosso objetivo
que era ir a lugares que ninguém havia ido, porém as possibilidades que ficaram para
as próximas expedições na Toca do Matias são inúmeras e isso fez nossa
expedição valer a pena.
Um forte abraço e até a próxima aventura.
Thiago Mattos.
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