Em Julho de 2013, retornamos as grandes expedições pra topografia da Toca do Matias, foram duas expedições em menos de 15 dias; Era uma expedição que preocupava pois o pessoal estava acostumado com exploração de caverna e a topografia é um trabalho de paciência em que passamos muito tempo em cada trecho da caverna, fazendo medidas e desenhando os contornos de cada parte em papel milimetrado. Temos que controlar a vontade de sair em busca do próximo salão de ver algo novo logo na frente. A expectativa era que seria uma expedição sem surpresas, apenas coleta de dados, de distancias e ângulos para enfim fazer o tão esperado mapa da caverna.´
A topografia já começa na entrada da caverna.
A equipe constava de 11 integrantes, o suficiente para formar duas equipes de topografia e agilizar os trabalhos. Depois de algumas instruções básicas as equipes ficaram divididas assim. Equipe 1: André Vieira (instrumentista); Edemir Barbosa ( ponta de trena) Alexandre Santos ( anotador) Ivomar Gitânio ( croquista) e Gilmar D´Oliveira (fotografo). A equipe 2: Altemar Serafim ( instrumentista) Paulo Barriga (ponta de trena) Edson Silva ( anotador) Gilberto Reis ( croquista) John Graysson ( socorrista) e Marcus ( auxiliar). Antes de chegar a caverna nos deparamos com duas novidades: uma desagradável outra agradável. A primeira foi uma cena de terror, assim que atravessamos a cerca para adentrar a fazenda onde fica a caverna nos deparamos com um cão de grande porte sangrando de cabeça para baixo pendurado por uma perna em uma árvore, essa cena bizarra assustou a todos. A novidade agradável é que a caverna não possui mais uma indesejada colmeia de abelha que provocava bastante tensão nas visitas anteriores.
Começamos os trabalhos de topografia e logo no amplo salão da entrada dividimos a equipe, topografamos em lados diferentes o acidentado salão principal. Com declives abruptos e muitos blocos abatidos seguimos pacientemente até as equipes se encontrarem novamente no que denominamos salão dos 11. Uma das coisas interessantes de se fazer mapa é a necessidade de batizar os salões para facilitar a comunicação e as referencias durante os trabalhos topográficos. Embora eu já tivesse passado por ali várias e várias vezes ainda não tinha batizado aquele salão e ao perguntar como iriamos colocar o nome dele no mapa, a melhor sugestão foi salão dos 11. Uma referencia ao numero de integrantes da expedição. Lá no salão dos onze foi nossa parada para almoço.
O plano inicial era dividir a equipe para os dois trechos que partem do salão dos 11, um grupo iria topografar os condutos em direção ao salão das mesas quadradas e outro grupo iria topografar os condutos que seguem a partir do conduto do valveado. Ocorreu uma pequena discussão sobre a complexidade dos condutos e o pessoal não sentiu segurança na divisão em duas equipes. Resolvemos então que iríamos todos para o valveado, nesse meio tempo, alguns membros decidiram dar uma olhada como seria o conduto para as mesas quadradas, enquanto eles foram lá, a nossa equipe resolveu topografar um pequeno conduto lateral a direita da entrada para o valveado. Esse se revelou um conduto de pequenas dimensões e que acaba se ramificando, topografamos um pouco ele e voltamos para o salão dos 11, encontrar o restante da turma. Seguimos pelo valveado rastejando e sofrendo com as passagens estreitas que mal cabem a mochila. Até topografar o conduto dos cinquenta, que era o último lugar que eu tinha ido em expedições anteriores. A essa altura já estávamos cansados, decidimos parar a topografia e apenas explorar, e essa exploração revelou um complexo sistema de condutos com muito guano e muito morcego, batizamos de " batsalão" logo de cara, percebi que teremos que voltar outra dia no batsalão pra continuar a topografia.
Antes de retornarmos, o Paulo Barriga insistia que deveríamos dar uma olhada em um salão que ele tinha encontrado junto com Edemir. Enquanto topografávamos o valveado eles dois tinha ido explorar um conduto lateral, e descobriram esse salão que eles estavam descrevendo como o mais bonito visitado até então na caverna. Como era no caminho de volta, resolvemos fazer essa visita e qual não foi a minha surpresa a me deparar com um grande salão circular, com muitas placas caídas no chão e salpicadas de calcita. Realmente uma gratificante descoberta depois de um dia de trabalho duro. Batizamos de salão da cúpula.
Duas semanas depois, retornamos pra corrigir erros da topografia anterior, e continuar a esquadrinhar a caverna. A equipe era praticamente a mesma, mas agora estavam presentes Diego Palmeira , Nei e Anderson Sóstenes, que eram marinheiros de primeira viagem. Após corrigir as dúvidas da topo anterior, fomos direto pra o recém descoberto salão da cúpula, e seguimos a topografia pela aquela área, que nos mostrou a grandeza da caverna, logo após a cúpula aparecem dezenas de ramificações na esquerda e na direita da caverna, seguimos sempre em frente, até nos depararmos com uma mudança no padrão geológico da caverna, nesse trecho que era mais ramificado que o normal, o teto era mais baixo e com uma aspecto interessante. Chamamos esse lugar de "queijo suiço" tentamos topografa - lo embora percebemos que não iriamos sair nem com 10 % do mapa daquela área da caverna, após seis horas de topografia nos deparamos com o maior salão que encontramos nesse dia. Chamamos de salão das seis. ( homenagem as seis horas de topografia) pra nossa surpresa o salão das seis é paralelo ao salão da cúpula e já encontramos uma ligação entre eles.
Pra fechar com chave de ouro essa ultima expedição, na volta pelo queijo suíço descobrimos um pequeno salão de formato bem parecido com o salão da cúpula, denominamos de salão da "cupulinha" o mais legal desse salão foi que encontramos um raro espeleotema, são fios de calcita, muito delicados. Foi a primeira vez que me deparei com esse tipo de espeleotema.
E mais uma vez saímos com duas sensações da caverna. A primeira é que ela é uma gigante, parece que vai nos dar muito mais trabalho do que imaginamos para fazer esse mapa. A segunda é que sempre nos surpreendemos com a TM, e a pergunta é inevitável quais outras surpresas nos guarda essa fascinante caverna campoformosense?
Começamos os trabalhos de topografia e logo no amplo salão da entrada dividimos a equipe, topografamos em lados diferentes o acidentado salão principal. Com declives abruptos e muitos blocos abatidos seguimos pacientemente até as equipes se encontrarem novamente no que denominamos salão dos 11. Uma das coisas interessantes de se fazer mapa é a necessidade de batizar os salões para facilitar a comunicação e as referencias durante os trabalhos topográficos. Embora eu já tivesse passado por ali várias e várias vezes ainda não tinha batizado aquele salão e ao perguntar como iriamos colocar o nome dele no mapa, a melhor sugestão foi salão dos 11. Uma referencia ao numero de integrantes da expedição. Lá no salão dos onze foi nossa parada para almoço.
Salão dos 11.
O plano inicial era dividir a equipe para os dois trechos que partem do salão dos 11, um grupo iria topografar os condutos em direção ao salão das mesas quadradas e outro grupo iria topografar os condutos que seguem a partir do conduto do valveado. Ocorreu uma pequena discussão sobre a complexidade dos condutos e o pessoal não sentiu segurança na divisão em duas equipes. Resolvemos então que iríamos todos para o valveado, nesse meio tempo, alguns membros decidiram dar uma olhada como seria o conduto para as mesas quadradas, enquanto eles foram lá, a nossa equipe resolveu topografar um pequeno conduto lateral a direita da entrada para o valveado. Esse se revelou um conduto de pequenas dimensões e que acaba se ramificando, topografamos um pouco ele e voltamos para o salão dos 11, encontrar o restante da turma. Seguimos pelo valveado rastejando e sofrendo com as passagens estreitas que mal cabem a mochila. Até topografar o conduto dos cinquenta, que era o último lugar que eu tinha ido em expedições anteriores. A essa altura já estávamos cansados, decidimos parar a topografia e apenas explorar, e essa exploração revelou um complexo sistema de condutos com muito guano e muito morcego, batizamos de " batsalão" logo de cara, percebi que teremos que voltar outra dia no batsalão pra continuar a topografia.
Antes de retornarmos, o Paulo Barriga insistia que deveríamos dar uma olhada em um salão que ele tinha encontrado junto com Edemir. Enquanto topografávamos o valveado eles dois tinha ido explorar um conduto lateral, e descobriram esse salão que eles estavam descrevendo como o mais bonito visitado até então na caverna. Como era no caminho de volta, resolvemos fazer essa visita e qual não foi a minha surpresa a me deparar com um grande salão circular, com muitas placas caídas no chão e salpicadas de calcita. Realmente uma gratificante descoberta depois de um dia de trabalho duro. Batizamos de salão da cúpula.
o salão da cúpula
Duas semanas depois, retornamos pra corrigir erros da topografia anterior, e continuar a esquadrinhar a caverna. A equipe era praticamente a mesma, mas agora estavam presentes Diego Palmeira , Nei e Anderson Sóstenes, que eram marinheiros de primeira viagem. Após corrigir as dúvidas da topo anterior, fomos direto pra o recém descoberto salão da cúpula, e seguimos a topografia pela aquela área, que nos mostrou a grandeza da caverna, logo após a cúpula aparecem dezenas de ramificações na esquerda e na direita da caverna, seguimos sempre em frente, até nos depararmos com uma mudança no padrão geológico da caverna, nesse trecho que era mais ramificado que o normal, o teto era mais baixo e com uma aspecto interessante. Chamamos esse lugar de "queijo suiço" tentamos topografa - lo embora percebemos que não iriamos sair nem com 10 % do mapa daquela área da caverna, após seis horas de topografia nos deparamos com o maior salão que encontramos nesse dia. Chamamos de salão das seis. ( homenagem as seis horas de topografia) pra nossa surpresa o salão das seis é paralelo ao salão da cúpula e já encontramos uma ligação entre eles.
Caminho do queijo suíço
Pra fechar com chave de ouro essa ultima expedição, na volta pelo queijo suíço descobrimos um pequeno salão de formato bem parecido com o salão da cúpula, denominamos de salão da "cupulinha" o mais legal desse salão foi que encontramos um raro espeleotema, são fios de calcita, muito delicados. Foi a primeira vez que me deparei com esse tipo de espeleotema.
Salão da cupulinha
Raríssimo espeleotema encontrado no salão da cupulinha, o chão está forrado desses fios ou sedas de cristais, que não tenho certeza sobre como chamam. Talvez cabelo de anjo??
Um esboço do mapa que estamos fazendo, o original ainda está em construção e será publicado em uma revista especializada antes de divulgarmos aqui no blog.
E mais uma vez saímos com duas sensações da caverna. A primeira é que ela é uma gigante, parece que vai nos dar muito mais trabalho do que imaginamos para fazer esse mapa. A segunda é que sempre nos surpreendemos com a TM, e a pergunta é inevitável quais outras surpresas nos guarda essa fascinante caverna campoformosense?
gostaria de saber em qual região vocês atuam! muito bom o trabalho de vcs.
ResponderExcluirvisitem nosso blog sobre espeleologia também: http://cavernature.blogspot.com.br/
abraços e grandes descobertas!