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domingo, 20 de abril de 2014

EXPEDIÇÃO HOMEM GELEIA




   
 19 de abril de 2014. Essa é a data de mais uma expedição histórica.  O local é a Toca da Barriguda (TB), caverna que já nos proporcionou outras grandes aventuras no passado, tal como: A expedição para o salão caatinga em 2009.  Dessa vez partimos em direção a outra extremidade dessa gigante labiríntica, o objetivo era atravessar a rede geleia onde uma estreita passagem conhecida como passagem do homem geleia, leva a uma rede condutos em que a caverna mais se aproxima da Toca da Boa Vista.

A riqueza e a variedade de espeleotemas que encontramos durante a travessia (da entrada ao salão da prainha) foi de cair o queixo. Infelizmente o numero de participantes foi maior que o ideal, estávamos em 19 e nem todos os participantes estavam no clima de se integrar ao ambiente contemplando cada espeleotema raro, e se sentindo privilegiado por estar em um local em que pouquíssimas pessoas podem  conhecer.
19 integrantes da expedição Homem Geléia: Gilson, Anderson, Adriano, Neyhadirson, James, Altemar, Jorginho, Paulo Raimundo, Iuri, Marquinhos, Mateus, Anicléssio, Alexandre, Agrícia, kupi, Adriano, Bruno João, Claudiney e André Vieira.
    A expedição seguiu a passos largos, e da entrada da toca da barriguda até o salão do urso, foi um tiro só, sem pausa. Mas isso trouxe consequências, um dos participantes Caludiney (NEY) sentiu o peso do bafo quente e poeirento da barriguda. Na primeira parada para hidratação Ney comentou que não estava em condições de continuar, (logo Ney que fora tão importante na expedição discos voadores), agora estava prestes a nos deixar na mão.  Depois da hidratação e dos comentários de superação ele resolveu que iria continuar. 
     Após o salão do Urso, a caverna se ramifica em dois ramos próximos, o ramo mais ao norte leva em direção aos grandes salões ( caatinga, bitelo e baita) e o ramo sul, vai nos leva pra galerias de menor porte porém de grande diversidade de espeleotemas.
      Seguimos para o ramo sul, sempre de olho nos mapas feito pelos espeleólogos do grupo Bambuí de pesquisas espeleológicas. Não tivemos dificuldade para ir de salão em salão de conduto a conduto até chegar ao salão do cogumelo.  Chegamos ao salão do cogumelo às 14 horas, duas horas após a entrada, e lá paramos para o lanche.  
Salão do Cogumelo.

      Nosso próximo ponto seria chegar ao conduto do cachorrinho de coleirinha amarelinha. Esse percurso demorou mais que o esperado, existe vários caminho que poderíamos tomar do salão do cogumelo até chegar ao cachorrinho de coleirinha amarelinha, olhando nos mapas a gente tentava evitar os condutos mais ramificados, e os locais em que há níveis inferiores, mas a consequência disso era condutos em que se utilizavam demais os joelhos no chão, o teto de meia altura subindo e descendo o tempo inteiro, esse trecho tem como característica também a presença de muito pó. Algumas partes tem tanto pó que a pessoa pode afundar completamente dentro do pó, aconteceu isso com um dos integrantes que inadvertidamente saiu da trilha achando que ia pegar um atalho. 
conduto do cachorrinho com coleirinha amarelinha. 

Finalmente chegamos ao conduto do cachorrinho de coleira amarelinha, agora os condutos se tornaram mais agradáveis com corrente de ar e menos pó.  Sempre em frente chegamos ao magnífico salão Mirim, sem duvidas um dos mais bonitos que já tive a oportunidade de ver.  Infelizmente nessa expedição não tivemos um bom fotografo pra registrar as grandes belezas que avistamos.

O salão Mirim leva esse nome devido a um fóssil extremamente preservado de um tamanduá mirim. Tão longe da entrada é improvável que esse tamanduá tenha chegado ali, entrando pela a única abertura conhecida hoje.  No passado deveria existir outras entradas mais próxima em que esse tamanduá deve ter entrado e não conseguiu sair, ficando ali sepultado em um tumulo de luxo. 

Fóssil de Tamanduá Mirim que dá nome a um dos salões mais bonitos da caverna. 


      Eram 17 horas quando resolvemos parar para contemplar o salão mirim e aproveitar  a parada para mais um lanche.  Até ali a gente tinha enfrentado alguns tetos a meia altura e uma passagem difícil que dava acesso ao salão das jangadas. Mas seria agora, que viria nosso grande desafio, estava próxima a lendária passagem do homem geleia.  Antes de chegar lá a gente se maravilha com o salão crocante de teto bem curioso, e em que as estalactites são em forma de clave. Mais uma vez a lamentação de não ter ido um espeleofotográfo. 

Salão próximo ao conduto da massa folhada. 


   Muitos espeleotemas raros foram encontrados durante o percurso, desde cabelo de anjo, a cristais de gipsita gigantes.

Um veio de mais ou menos 2 metros de comprimento com centenas de milhares de delicadas agulhas de gipsita. Infelizmente ou felizmente muitos dos participantes da expedição nem chegaram a ver essa raridade, passaram direto na agonia para chegar logo, sem saber que o caminho é mais importante que a chegada. 






Dente de cão.. pobre dos nossos joelhos. 
Uma das coisas mais impressionantes que já vi, estalactites de cristal. Algumas enormes. 
estalactites de cristal

estalactites do salão crocante


Deixamos o pessoal no crocante, enquanto que Bruno João, Kupi , Bodão e eu fomos averiguar a dificuldade dessa tal passagem. E depois de conferir concluímos que realmente era de dificuldade máxima. O teto muito baixo daqueles em que o piso fica no peito e o teto nas costas, não dá pra passar com mochila, fora isso durante o rastejo a gente tem que passar por pequenas colunas com espaço estreito entre elas. Tentamos passar os braços primeiro e depois vamos contorcendo o corpo de um lado para outro, fazendo jus ao nome Homem geléia. Um a um,  todos conseguiram atravessar a rede geleia, fizemos uma foto no salão prainha para posteridade e retornamos. 


esse era um dos locais da passagem do homem geleia que dava pra fotografar, os outros locais só ficava uma pessoa por vez. 

A volta é sempre mais rápida exceto quando a gente se perde, passa direto nas pequenas passagens, o que aconteceu duas vezes e que atrasou nossa travessia de volta a entrada. Conseguimos sair da caverna as 21 horas.  Ao sair exaustos, no limite do cansaço físico e mental, desabamos na planície e pudemos admirar um espetáculo a parte. Sem luminosidade, e sem poluição e com a lua baixa, o céu revelava uma exuberância de constelações de deixar qualquer aspirante de astronomia em transe.
Tirar a sujeira no rio pacuí, forrar o estomago com a comida típica da nossa parceira Dona Ederli e estamos pronto pra mais outra grande expedição. Missão dada é missão cumprida. 
concepção artística que dá uma ideia do céu que avistamos após sair da caverna. 

a foto para posteridade dos bravos que atravessaram a rede geleia em mais uma épica aventura. 



3 comentários:

  1. Este comentário foi removido pelo autor.

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  2. Esqueceram o meu nome... Aniclécio.

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  3. Fico feliz por terem conseguido alcançar o sucesso. Isso sim q e espeleologia d verdade. Fiquei so
    na vontade...

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