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quinta-feira, 12 de novembro de 2015

ARQUÉTIPOS DA MENTE CIENTÍFICA E UMA SAGA NO VALE DO RIO SALITRE

No excelente livro: Cartas a um jovem cientista. Edward Wilson, identifica três imagens míticas gerais que têm impacto profundo na fase que vai da infância até os 20 anos e que irá determinar a carreira de um cientista. Arquétipos são histórias ligadas ao mito e as artes criativas e tem origem em raízes profundas da natureza humana. Os três arquétipos classificados por Wilson são: A BUSCA PELO GRAAL; O BEM CONTRA O MAL e A JORNADA AO INEXPLORADO;

Os arquétipos são histórias recontadas nos relatos épicos e são os temas dos grandes dramas e romances.

A BUSCA PELO GRAAL

O graal é a fórmula conhecida pelos antigos, mas que se perdeu ou é mantida em segredo; o símbolo da sociedade secreta; a pedra filosofal; o caminho para o centro da Terra; a chave que abre o portão do inexpugnável; a fonte da juventude que traz a imortalidade. O equivalente na ciência que mexem com o espírito de maneira semelhante pode ser: a descoberta de uma nova substância; a decifração do código genético; a descoberta do segredo da origem da vida; a criação de um organismo sintético; obtenção de energia pela fusão nuclear; o mistério da matéria escura; o estudo dos buracos negros e dos multiversos.


O BEM CONTRA O MAL

Nossos mitos e emoções mais poderosos se baseiam: na guerra contra alienígenas ; Na conquista de novas terras contra bárbaros e selvagens; A derrubada de um tirano maligno; o triunfo da revolução quando parece improvável; o Herói, o Campeão ou Mártir que vence no final; o Mago Bom; o Anjo Bom; A força mágica. No mundo real da ciência, somos movidos pelo que chamamos de guerra contra o câncer; a luta contra as doenças mortais; a vitória sobre a fome; novas fontes de energias que podem salvar o mundo; a campanha contra o aquecimento global.

A JORNADA AO INEXPLORADO

Por fim o arquétipo pelo qual me identifico e que vai fazer sentido a essa história é segundo Wilson, um anseio que assume várias formas: a busca de uma ilha desconhecida; escalar uma montanha distante e olhar além dela; viajar por um rio nunca antes navegado; contatar uma tribo isolada; descobrir novos mundos; Estabelecer-se em uma país distante. Na ciência esse arquétipo se expressa pela urgência em encontrar novas espécies em ecossistemas inexplorados; em mapear a estrutura microscópica da célula; ver o fundo do mar em sua parte mais profunda; espreitar o interior de um vulcão; enxergar a fronteira do universo; encontrar organismos de outras eras em fósseis; descobrir os vestígios dos nossos ancestrais e assim finalmente revelar de onde viemos e quem somos.

Esse arquétipo da jornada ao inexplorado foi o que me marcou. Lembro com clareza de uma palestra que assisti ainda adolescente, foi a primeira vez que escutei a palavra espeleologia. E lá estava o apresentador mostrando uma foto em que ele estava entalado em uma passagem estreita com um sorriso de orelha a orelha. E na foto seguinte um grande salão ornamentado em que ele descobriu após a passagem. Naquele instante eu soube o que eu queria fazer da minha vida.

Cartaz de 1998, a palestra que me contagiou com o vírus da espeleologia.


17 anos após aquela palestra agora já um espeleólogo experiente ,mas que não cansa de ser surpreendido, surgiu uma oportunidade para fazer uma pesquisa do programa de mestrado em Hidrogeologia da UFBA. Eu teria que percorrer a bacia do rio Salitre (300 km) procurando água subterrânea em cavernas. Eu é claro, fiquei extasiado com a perspectiva de uma experiência que era o que eu mais queria fazer. 


A bacia hidrográfica do rio Salitre, situada no centro - norte do Estado da Bahia possui uma área de 13.467,93 km2. Essa área engloba parte dos municípios de Campo Formoso, Jacobina, Juazeiro, Miguel Calmon, Mirangaba, Morro do Chapéu, Ourolândia, Umburanas e Várzea Nova, sendo que o município de Campo Formoso ocupa 39,8% desse total. A Bacia é dividida em três sub- regiões: Alto, Médio e Baixo Salitre. (PLANGIS 2003).


A primeira campanha de campo para a pesquisa aconteceu no mês de outubro de 2015. Saímos da UFBA em Salvador - Ba: Eu, meu orientador o Prof. Luiz Rogério e meu Co-orientador Prof. Doriedson Gomes. Chegamos em Campo Formoso e encontramos Jorgean (Jorginho) que faz parte da SEA e iria nos acompanhar nesse primeiro dia. Começamos com as cavernas do baixo Salitre próximas a foz do rio na fronteira entre Campo Formoso e Juazeiro, nesse último município o Salitre desagua em outro rio importante: o rio São Franscisco. As coletas na Toca do Charles (também conhecida como Toca do Cesário) e na Toca do Martiliano se revelaram tranquilas e agradáveis e antes do sol se por já estávamos no povoado de Pacuí onde seria nosso ponto de apoio para no outro dia continuar as coletas sentido sul em direção a nascente no alto Salitre.

Primeiro dia de pesquisa. Toca do Martiliano -. 19/10/2015 as 15:00. André Vieira, Joregan Silva, Luiz Rogério e Doriedson Gomes.


Em nosso roteiro o dia seguinte seria uma caverna com água no próprio povoado de Pacuí chamada Toca do Pitu. 

Embora já estivesse anoitecendo, como as primeiras cavernas foram tranquilas e não estávamos cansados, pensamos em adiantar o serviço e fomos direto para a Toca do Pitu. A aventura que tinha começado tranquila começa a partir de agora ganhar contornos dramáticos e quase se torna em um filme de terror. Na Toca do Pitu passamos pelo o maior drama que tenho lembrança em uma caverna;


A entrada do Pitu é uma dolina cilíndrica de aproximadamente seis metros de altura. Para chegar ao interior da caverna precisamos do auxilio de uma corda. Jorginho foi o primeiro a descer e eu logo em seguida, enquanto estava descendo comecei a ouvir o barulho de abelhas de uma grande colmeia bem próximo ao caminho que fazíamos usando a corda. Quando o último desceu as abelhas já estavam bastante assanhadas.

Entrada da Toca do Pitu. Visão de cima e visão de baixo.


Em um dos lados do largo tubo que é a entrada da caverna tem uma árvore de gameleira que suas raízes estão dentro da caverna e sua copa do lado externo, essa gameleira era a responsável por deixar muitas folhas secas no piso da entrada da caverna. Então, Jorginho deu a sugestão “ vamos queimar algumas dessas folhas, com a fumaça as abelhas vão embora” Eu segui a sugestão e acendi algumas folhas secas. Ainda no início quando o fogo começou a rapidamente se espalhar o Prof. Luiz sentenciou: "e se esse fogo perder o controle?"  Respondemos que: encontraríamos a água e então apagaremos fogo.  "Então vamos atrás dessa água logo". Procuramos de um lado e de outro e nada de achar o caminho que levava a água e ao mesmo tempo o que temíamos aconteceu. O FOGO SAIU DE CONTROLE.


Início do incêndio às 17:49 de 19/10/15.


O fogo saiu do controle, as labaredas fecharam totalmente a única entrada da caverna, a árvore da gameleira se incendiou o calor no interior da caverna já estava ficando insuportável. Tentamos desesperadamente apagar o fogo com terra, mas mal conseguíamos chegar perto das chamas que nessa hora já tinha mais de 2 metros de altura.  "Bom, vamos ser pacientes. O fogo não vai queimar para sempre, uma hora ela vai apagar". Alguém falou. 

Poucos minutos depois, a fumaça que antes subia em direção a saída da caverna agora começava a baixar e nos encurralar na única pequena câmara no interior da Toca. Agora além do calor que não parava de aumentar, a fumaça tirou nossa visibilidade (mesmo com as lanternas acesas) mal enxergávamos uns aos outros, além disso, a fumaça irritava os olhos e trazia a tona um dos meus piores pesadelos. Vamos morrer sufocados devido ao monóxido de carbono igual o pessoal da boate kiss.


Tentei me aproximar das labaredas pra ver se a corda estava queimando ou se ainda poderíamos em uma atitude desesperada atravessar as chamas e sair o mais rápido possível. Quando me aproximei do calor insuportável próximo ao fogaréu, um enorme galho em chamas desaba em minha direção, e com o barulho de várias rochas que caíram junto. Dei um passo pra trás desanimado. A situação estava muito tensa. A morte nos encarava a cada segundo que passávamos inalando aquela fumaça tóxica. O efeito do monóxido de carbono é o adormecimento e a morte. Necessitávamos fazer algo enquanto ainda restava alguma energia e adrenalina.

Não temos como saber o quanto estávamos inalando de CO, mas o sintoma: dor de cabeça e náusea já estavam aparecendo.


Professor Luiz me perguntou se eu tinha visto a corda quando me aproximei das chamas. Respondi que estava intacta e então ele nos convocou para tentarmos sob qualquer consequência atravessar as chamas, pois, ficar parado ali seria decretar nossa sentença de morte. Eu mal deixei ele terminar a frase e com gritos de incentivos gritei "vamos agora". O Professor Luiz e eu fomos os primeiros a atravessar as chamas, não dava pra todos ficarem lá ao mesmo tempo devido ao calor excessivo. Então Jorgean e o Prof. Doriedson esperaram a gente conseguir sair para depois tentarem. Enquanto isso, respiravam o ar quente que ardia os pulmões ali próximo da entrada. Eu e o Professor Luiz estávamos pendurados na corda que embora quente não tinha ainda sido atingida pelo fogo. O professor Luiz sentiu que a corda não aguentaria o nosso peso. Mas eu não poderia retornar pois cada passo para trás era inalar a fumaça que irritava olhos e pulmões.

Quando já estava na metade do caminho Luiz ficou preso entre a rocha da caverna e um tronco que antes servia de apoio para quem descia. O desespero tomou conta de vez, o que estava prendendo ele era uma mochila com um equipamento para analise de água que custa 15 mil dólares. O professor decidiu jogar a mochila fora, para conseguir se desvencilhar e com muito esforço conseguiu se liberar. Agora era minha vez de passar por entre esse tronco. Achei que conseguiria passar com a mochila que o professor deixou para trás. Afinal ali naquele equipamento estavam os dados da minha pesquisa. Também fiquei preso, enquanto isso, Jorgean e Doriedson não estavam mais suportando ficar naquele local e pediam pra que nos apressássemos. Chamei Jorginho e quando ele apareceu eu joguei a mochila que me prendia para ele e assim que passei pelo tronco pedi pra ele jogar de volta a mochila e assim consegui subir mais rápido. Apesar de salvar a mochila com o multiparâmetro,  diversos outros equipamento tinham ficado no interior da caverna. Jorginho subiu logo em seguida, junto com o Professor Doriedson. Mal conseguimos dormir aquela noite pensando em como foi por pouco.

No dia seguinte recuperados do susto ficamos sabendo o porquê não achamos a água, o conduto que leva á água na Toca do Pitu exige atravessar um abismo que havíamos descartado a possibilidade por achar muito difícil sem cordas. 
Como teríamos que recuperar nosso equipamento que ficou lá no interior, por que não aproveitar e coletar a água? O fogo já deveria ter apagado e não teria mais abelhas para nos assustar. Realmente o fogo tinha se extinguido, mas, (impressionantemente) as abelhas ainda resistiram. E sofremos um ataque, na verdade eu fui o único alvo. Levei 12 ferroadas no total; 5 só no rosto. No fim, procuramos alguém no povoado de Pacuí que pudesse combater as abelhas e recuperar nosso equipamento. Nosso destemido herói não só recuperou o equipamento como nos trouxe várias garrafas da tão difícil água da Toca do Pitu.


A nossa saga pelo vale do rio Salitre estava apenas começando. Saindo do Pacuí nosso próximo ponto de apoio era no povoado de São Tomé, ainda em Campo Formoso. Mas, já na parte média da bacia do Salitre. Lá, visitamos a Toca do Gonçalo. Fomos surpreendidos com os moradores dos arredores da Toca nos contando que pela primeira vez em suas vidas viram a caverna completamente seca. Precisávamos confirmar com nossos próprios olhos se a caverna que é habitat de importantes organismos aquáticos estava realmente seca.

Entrada da Toca do Gonçalo. 21/10/2015. 08:20


Caminhamos por trechos da caverna nunca antes visitado por espeleólogos. Pois onde antes só se tinha acesso com mergulho agora pode se caminhar por centenas de metros. A medida que caminhamos por um trecho acidentado a monotonia dos condutos a meia altura trazia o cansaço. Já estávamos longe da entrada, e constantemente ficávamos frustrado por não encontrar a água.

Trecho da Toca do Gonçalo que anteriormente era submerso.


Certa altura eu olhei para a expressão de cansaço dos meus orientadores e sugeri que eles poderiam esperar naquele ponto enquanto eu seguiria adiante para confirmar se tinha ou não água mais a frente. Eles fizeram sinal positivo com a cabeça. E eu acelerei o passo. O trecho só dava pra avançar de joelhos e eu ia engatinhando por entre os túneis que agora começava a se ramificar em bifurcações e trifurcações. Comecei a me distanciar muito do ponto onde deixei meus professores, mas, pensei: “não tem como me perder por que estou deixando um rastro único com meu joelho arrastando no barro úmido



Enganei-me redondamente, quando os joelhos começaram a doer de tanto me arrastar e percebi que não tinha previsão daquela caverna chegar a um fim. Resolvi que era hora de voltar, logo na primeira bifurcação no caminho de volta comecei a ter dúvidas se era o caminho certo. Os rastros que achei que seriam únicos, não ajudavam, eram muito sutis e trazia muita duvida se era ou não um rastro; Locais que eu achava que não tinha rastro era o local correto que eu pude reconhecer por gravar algumas outras referências como buracos no chão e marcas de enxurradas, e em bifurcações que eu seguia o que achava ser o rastro na verdade não era coisíssima nenhuma e me levava a túneis completamente estranhos. Resumindo fiquei completamente desorientado por uma hora que pareceu uma eternidade. Seguindo meus instintos consegui chegar ao ponto em que estavam meus professores e pudemos sair ilesos de mais uma aventura. 


Como diz o título da crônica essa foi uma saga, e tiveram muitas aventuras em 5 dias de campanha que infelizmente não terei espaço para contar aqui. Depois de pernoitar em Ourolândia, partimos pra Várzea Nova no dia 22/10 procurar uma caverna chamada Toca da Jurema. E com essa aventura na Jurema vou encerrar a postagem.

Não tivemos muita dificuldade pra encontrar a fazenda onde se encontra a Toca. Encontramos a pessoa responsável pela fazenda e ele contou para nós que foi a única pessoa que desceu a Toca da jurema e apenas uma única vez, e que ninguém desde então reuniu coragem pra entrar lá novamente.

Já escutei essa história muitas outras vezes, as pessoas têm as mais diversas fobias de cavernas desde medo do escuro a medo de encontrar animais como cobras e onça. Então, nem levei muito em consideração o alarme e apenas perguntei se tinha água lá. Quando o vaqueiro confirmou que sim, então começamos a nos equipar. E pedimos para ele nos mostrar a entrada da Toca da Jurema.

Subimos por uma encosta e nos deparamos com uma pequena rocha calcária de onde saia um tronco de uma árvore. Entre o tronco e a rocha tinha uma pequena rachadura. E nosso guia nos informa que ali é a única entrada que ele conhece.

Entrada da Toca do Jurema. 22/10/15. 08;15


Parecia impossível entrar ali, mas, depois de tudo que passamos durante essa campanha, não seria uma passagem apertada que iria me impedir de concluir nossa pesquisa. Eu fui o primeiro a me espremer até entrar na pequena rocha, e logo em seguida me deparei com um assustador abismo sem nenhum apoio para pés ou mãos. Tinha certeza que ali não dava pra descer e voltei pra perguntar o vaqueiro se ele não estava enganado. Ele falou que não! que era por ali mesmo e que quando ele desceu ele contou com a ajuda de uma corda guia. A corda ainda estava por perto e o vaqueiro amarrou na árvore e jogou pra mim, meio que no automático e sem raciocinar muito fui escorregando com ajuda da corda até alcançar um apoio para os pés quando olhei pra cima vi a cara do Professor Doriedson completamente horrorizado com o que via. Ele perguntou: - como você vai fazer pra subir? Eu respondi que pra subir é sempre mais fácil e fui tentar mostrar pra ele como era. Mal tentei uma subida com apoio da corda e uma avalanche de blocos e areias desmoronou por minha cabeça devidamente protegida por um capacete.


Pedi ajuda ao vaqueiro pra me orientar como iria subir. Antes que o vaqueiro respondesse o professor Luiz gritou: - André! Já está aí embaixo mesmo, a gente manda os equipamentos pela corda e você vai lá coletar a água. Tudo bem, respondi. 

Os equipamentos chegaram dentro de uma pesada mochila, me equipei e comecei a procurar apoio pra continuar descendo agora sem ajuda das cordas, sempre descendo, mas agora em diagonal como se fosse uma rampa e não mais um tubo como era no começo. Cheguei enfim na parte plana, ali teoricamente deveria estar à água, mas encontrei apenas vestígios conhecidos como jangadas. Não é possível! Tanto esforço, em vão! 

Olhei para todos os lados e só vi uma claustrofóbica passagem que mal me cabia. Tirei a mochila das costas me espremi e me arrastei pelo pequeno tubo horizontal e então: uma boa e uma má noticia.

A boa é que avistei a água, a ruim era que o tubo que começava plano tornava se uma rampa até ficar completamente vertical! Fazer o quê? Já estava ali não me restava outra alternativa. Voltei pra pegar a mochila e os equipamentos, fiz todas as medidas com os aparelhos e todo o procedimento de coleta. Tinha passado 2 horas desde que entrei. Agora seria a hora crítica da subida e todas as minhas expectativas de dificuldade foram superadas.

Esse era o esquema para subir as paredes do abismo da maldita Jurema.


No início do retorno era a lama que não me dava apoio e quando subia um metro escorregava dois ladeira abaixo. Ao superar essa parte sabe se lá como, veio a parte em que volta e meia caia uma avalanche de blocos e poeira.

Quando finalmente cheguei na última parte (a que tinha a corda), as pernas já estavam tremendo e a boca sem nenhuma gota de saliva. Consegui chegar a um ponto que não dava pra arriscar, por que se eu escorregasse era fatal. Fiz um laço com a corda pelo meu tronco e pedi pra me puxarem e só assim pude sair da caverna mais difícil que já enfrentei. Se eu estava com medo? Nunca. Amei cada minuto daquilo.
Algumas fotos da internet que apresentam uma vaga  ideia do que passei na Jurema. Se eu tive medo? Nunca. Amei cada segundo.




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Pós Toca da Jurema. 11:30 de 22/10/15.

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