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quinta-feira, 26 de novembro de 2015

Expedição Toca da Boa Vista- In memoriam a Filipe Kupi

A saudade existe não porque estamos longe, mas porque um dia estivemos juntos... 



Novembro de 2015 completando um mês da trágica partida de F. Kupi realizamos uma expedição em sua homenagem que batizamos de 1ª expedição Kupi. Escolhemos a Toca da Boa Vista por ser a caverna preferida de Filipe.


A ausência se torna sem sentido quando a memória se recusa a morrer...



Na véspera da expedição realizamos uma confraternização, comes e bebes com direito a relembrar causos e casos e cantar os clássicos que tantas outras vezes embalaram nossas expedições.

No domingo 22/11 acordamos bem cedo, e já estávamos nos equipando quando Anderson (Andinho) chegou com as camisas que confeccionamos especialmente para essa expedição. A camisa no tom verde (cor do seu time de futebol preferido) carrega na frente uma foto de F. Kupi com uma frase emblemática “ por que dessa vida não se leva nada a não ser os verdadeiros amores”



Homenagem do time Azimute ao nosso eterno ponta de trena e navegador. Imitando sua pose clássica de braços cruzados.






Detalhe da camisa que marca a 1ª Expedição kupi. Nov/2015

A ausência se torna sem sentido quando a memória ignora a razão...



Entramos na (TBV) pelo abismo do sapo, para alguns era a primeira vez na maior caverna brasileira, para todos era visível a falta do nosso amigo. Cada um carrega o sentimento de um jeito, alguns de nós mais sensíveis, ficaram mais abalados (Jorginho e Agrícia) outros saudosos, lembrando a cada passo que dávamos da companhia inesquecível de Filipe. Rapidamente passamos de um abismo ao outro e paramos no Abismo do Bode para uma sessão de fotos.

Integrantes da 1ª Expedição Kupi. Em pé: Agrícia, Lucas"01", Emerson "Aspira", "Vicentinho", Marcus "do buraco", Gilson, Altemar, Jorginho, Alexandre, Paulo "barriga", Thays, Cintía. Agachados: Diego, Andinho, "Vicentão", Sivonaldo, André, Manuel " do falsete", Josan "mito", Jéssica e Edson "natureza".

Fizemos um registro de uma Jararaquinha. Um medo comum das pessoas, mas um evento relativamente raro é encontrar serpentes dentro da caverna. Como é uma espécie pequena provavelmente se alimenta de pequenos insetos que caem do abismo e está limitada a zona da caverna onde há entrada de luz.

Abismo do Bode, há poucos metros do Abismo do Sapo. A depender da hora do dia, os raios luminosos que entram pelas claraboias no teto dão um aspecto magnífico a essa parte da TBV.
Abismo do Bode. Foto: Ronald Carvalho.


Do Abismo do Bode tivemos uma pequena dificuldade para chegar ao salão dos perdidos, mas rapidamente superada. Em seguida direto ao Salão dos Discos Voadores onde descansamos e aproveitamos para contar mais causos com as luzes apagadas, além de, contemplar a caverna.
Dificuldade para passar do Abismo do Bode para o salão dos perdidos.


Dessa vez, fizemos um caminho alternativo dos discos voadores até chegar ao conduto Afonso Pena, esse caminho não agradou muito a Jorgean que com seu assumido medo de altura teve de encarar algumas escaladas. 




A ausência se torna sem sentido quando a memória se apega a presença de sentir...




Chegamos ao empoeirado conduto Afonso Pena. Cada passo nesse lugar, o pó fino e preto que está acumulado no piso levanta e uma cortina de poeira que diminui drasticamente nossa visibilidade se forma. 
 Do Conduto Afosno Pena nosso destino era chegar ao Conduto Açungui. Que fica na região da TBV conhecida como Além Mundo. 
A partir de então precisávamos nos orientar navegando pelos mapas. Dessa vez foram Manuel e Diego que assumiram esse papel de navegadores. Ao olhar pra eles verificando com aflição os mapas e nos indicando nem sempre com certeza qual era a direção. Era como se o próprio Kupi estivesse ali. Já que era a marca dele nas expedições na TBV.
Do conduto Afonso Pena até o Açungui temos de encarar algumas passagens poeirentas e com teto baixo.

A ausência se torna sem sentido quando não há dor.



Chegamos ao conduto Açungui. Um conduto amplo, bastante ornamentado, com uma leve brisa e sem a terrível poeira que nos perseguia. Era como chegar ao paraíso. Lá alguns deitaram e colocaram seus pensamentos em ordem. Outros ainda estavam com o pensamento de ir Além. Depois do Açungui precisávamos chegar ao salão das catacumbas para verdadeiramente se encontrar no Além Mundo da TBV. Entretanto, fomos pegos de surpresa com um abismo muito difícil de transpor sem a ajuda de cordas. Ainda tentamos repetidas vezes procurar por outros caminhos que levassem as catacumbas, mas foi em vão. Ficará para uma próxima Expedição Kupi.

O belíssimo conduto Açungui com seus grandes travertinos formando uma escadaria que metaforicamente leva ao Além mundo. Foto: Lucas 01.

O retorno foi rápido. Saímos pela entrada clássica da Toca da Boa Vista. (TBV). 

Um céu nublado e cinza como pano de fundo da nossa foto oficial pós exploratório.




Entre tantas musicas que saímos cantando no caminho de volta pra casa. Uma me marcou, a música de Renato Russo: Dezesseis. Que diz assim: " Ele só tinha dezesseis, que isso sirva de aviso pra vocês. E na saída da aula foi estranho e bonito todo mundo cantando baixinho ..."

E no caminho de volta foi estranho e bonito todo mundo pensando baixinho: Filipe Kupi forever...


Sua Ausência nunca vai fazer sentido, mas, temos de suportar.



2 comentários:

  1. amei de verdade a ideia das camisas, a qual pensaram em tudo que remetia a ele, desde a cor, até a frase. Maravilhoso também homenageá-lo por meio de expedições. Até eu queria uma camisa dessas, de verdade, mesmo não sabendo de nada da paleontologia. De uma grande amiga de outro estado.

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  2. Este comentário foi removido pelo autor.

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