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segunda-feira, 2 de março de 2015

Toca do Calor de Cima: Calor e calafrio.

      A expedição Espeleológica SEA de Fevereiro de 2015 com destino a Caverna Calor de Cima, marcou nossa primeira expedição do ano com o objetivo de topografia. Marcou também o retorno ao campo do nosso secretário Alexandre Santos após uma pausa de 6 expedições. 
Foto oficial: Em pé: Edson, Lucas 01, Jéssica, Jorgean, Thays, Alexandre, Paulo, Altemar, Andrée Gustavo Sucata; Agachados: Diego e Kupi. 

      A primeira novidade da expedição foi o café da manhã, que dessa vez foi gentilmente organizado por nosso colega Jorgean. E que café da manhã, um verdadeiro banquete nordestino! 
Um self do café da manhã.


       Com o estomago devidamente forrado, partimos para localizar a entrada da caverna. Sem muita dificuldade encontramos o pequeno abismo com cerca de 8 m de profundidade que dá acesso a Toca do Calor de Cima.  A primeira impressão é que esse abismo só pode ser transposto com auxilio de técnicas verticais, mas, a medida que vamos descendo percebemos que a parede forma degraus que permite a nossa descida de forma tranquila. 
Detalhe da entrada do Calor de Cima.


      Já no interior da caverna a sensação é a de estar em uma sauna. A gente já está acostumado com essa sensação nas cavernas da região. Mas realmente essa caverna faz jus ao nome, e o calor que sentimos foi maior que o esperado. 
Assim que todos entraram na caverna, dividimos o grupo em dois. Uma parte formou a equipe de exploração que foi na frente procurando todos os caminhos prováveis e improváveis, e os demais formaram o paciente grupo da topografia que metro a metro vai extraindo as medidas necessárias para realização do mapa.

   A primeira parte da caverna consiste em um declive com muitos blocos abatidos e algum material trazido do lado de fora através do abismo, (tais como:  galhos, lama, pedregulhos e até ossos).  

Esse declive da entrada tem uma trifurcação: a descida reta, e duas descidas nas paredes laterais, uma pela esquerda outra pela direita, mas todos os caminhos levam ao mesmo local. Um salão lindíssimo, com bastante estalactite e estalagmite. A esse amplo salão ornamentado batizamos de salão formoso. 


  Nesse salão todos lamentamos a ausência de nossos principais fotógrafos. os registros tiveram que ser feitos por celulares. Realmente uma pena! 
Uma amostra da beleza do salão formoso. 

Quase continuo ao salão formoso existe outro amplo vazio também com muitas estalactities e estalagmites, a esse lugar denominamos salão WI Fi; 

No salão WiFi de condições climáticas mais amenas, decidimos fazer uma pausa para descansar e fazer nosso lanche. Ao tirar os lanches da mochila, Jorgean, ao invés de pão e barra de cereal como é o tradicional lanche nas cavernas, nos surpreende com um roteador. Ainda não descobrimos a intenção do nobre espeleólogo ao levar um roteador para o mundo subterrâneo. Mas seja como for, foi o que nos levou a chamar o salão de Wi Fi.

 Após o lanche, fizemos aquele momento de apagar as luzes e contar umas estórias arrepiantes, para descontrair. Foi uma dessas estórias que causou calafrios em muita gente. O conto de uma foto tirada em caverna que aparecia uma pessoa que não estava na expedição.
Um ninho de perolas fotografado nas proximidades do salão wifi

Depois que topografamos o salão Wi Fi estávamos prontos para encerrar o mapeamento achando que a caverna tinha chegado ao fim, quando descobrimos uma pequena passagem promissora.  
A essa altura já estávamos muito desgastados para continuar topografando e fomos apenas explorar, foi então que descobrimos um empolgante caminho de teto baixo. 
A empolgação é grande pois essa caverna está a poucos metros da  toca da barriguda porém sem conexão conhecida. Se essa estreita passagem recém descoberta levar alguma conexão então será a descoberta do ano. 
Vamos ficar com esse questionamento, já que as lanternas fraquejando e o cansaço não permitiram explorar muito além de uns 10 m de condutos rastejantes. 

Algumas observações que são dignas de notas: 
1- estranhamente essa caverna não possui morcegos; Só encontramos um guano velho (vestígios que antigamente morcegos já ocuparam o lugar) , muito distante da entrada depois da passagem com teto baixo. 
2 - Encontramos um troglóbio. Uma traça do gênero Coletinea;

Uma traça troglóbia (encontrada apenas em cavernas)


3 - Fizemos registro de um espeleotema diferente, Umas estalactites retorcidas com uma fina capa de espinhos. Mais uma vez lamentamos a ausência de fotógrafos. Mas por outro são algumas boas razões para em breve voltar no Calor de Cima.
Uma foto com qualidade baixa que infelizmente mal dá  a noção da estranheza desse espeleotema.

Ao sairmos da caverna fomos recepcionados por uma agradável chuva de verão. Um banho de chuva, um banho de rio e em seguida um almoço de respeito as 17 h, assim finalizamos a expedição de Fevereiro. Já ansiosos pela próxima.
Mais uma contribuição da SEA para o desenvolvimento espeleológico.


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