Páginas

quinta-feira, 28 de setembro de 2017

Expedição Toca do Matias – O grito de Independência
07/09/2017

E aqui estamos nós, em mais uma expedição. Marcada de última hora, mas saiu. O dia amanheceu totalmente fechado e chovendo, a aventura já começou dentro do carro na trilha que fizemos para chegar até ao local que iriamos seguir a pé, muita lama e buraco durante todo o percurso, mas nada que tirasse a empolgação de tentar chegar onde ninguém jamais tinha chegado, já que esse era nosso objetivo. Demos uma errada no caminho, porém chegamos cedo ao local em que os carros iriam ficar. Todos desceram e começamos a nos equipar, e nos preparar para enfrentar as possíveis abelhas que tem na entrada da caverna. Nos equipamos, deixamos o mínimo possível de pele a mostra, e traçamos a rota de fuga caso as abelhas nos atacassem (OBS: estratégia era tipo Hermanoteu na terra do Godá: “CORRE NEGADA!!”).

Equipados e com tudo “planejado” lá fomos nós entrar na caverna, os espeleoninjas!

Da esq. p/ dir.: Thiago, Yanka, André Vieira, Estavan, André (xará), Mathaus

Entramos pela passagem lateral com um pequeno declive e longe das abelhas. Após entrarmos, verificamos e vimos que as abelhas não estavam lá, uma tranquilidade já que na saída não precisaríamos virar ninjas novamente. O começo da caverna é bem tranquilo, porém requer uma atenção redobrada. Passamos a todo instante por beiradas, em que a queda resultaria em um grande problema. Passamos essa primeira parte e chegamos ao primeiro salão, o Salão dos 11, nome dado porque no dia tinham 11 pessoas presentes. Um salão bonito com espeleotemas muito bonitos.

Salão dos 11

Fizemos o registro fotográfico e seguimos, até chegar ao Salão da Cúpula, um salão muito lindo em formato de cúpula como o próprio nome já diz, porém me chamou muito a atenção a simetria do local, sensação fantástica senti ao entrar no salão.

Salão da Cupula

Nosso objetivo principal era encontrar novos salões, porém antes André queria nos mostrar algo em que era encontrado no Salão da Cupulinha, o “cabelo de anjo”. Então seguimos para lá e chegando lá todos ficaram maravilhados com o “cabelo de anjo”, uma formação muito frágil e muito linda. Passamos um tempo ali apreciando a beleza e logo após paramos um pouco para hidratar e fazer um pequeno lanche.


Cabelo de Anjo

Todos hidratados e alimentados, seguimos para o nosso objetivo principal: encontrar locais onde ninguém havia passada antes. Voltamos ao Salão da Cúpula, que serve meio como o local que vai para todos os cantos da caverna e tomamos o caminho do Bat Salão. Eu nunca vi tanto rastejo na minha vida, poucas foram às vezes que caminhos normais dentro dessa caverna. Muito teto baixo e rastejo que não acabava mais. Chegamos ao Bat Salão e lá eu percebi o porquê do nome. Nas cavernas é normal encontrar morcegos, porém nesse salão é incrível a quantidade deles, muito guano e muito morcego morto no chão também. Com certeza, ali é local que eles escolheram para morar dentro da Toca do Matias.

Pronto, chegamos ao ponto máximo que o SEA tinha explorado. A partir dali tudo seria novo para todos, e a adrenalina começava a subir. Começamos a andar e o incrível da Toca do Matias é que todo buraco, por menor que seja, acaba dando em algum lugar. E então, muitas vezes precisamos fazer base e explorar de forma breve as pequenas entradas que iam ficando no caminho (sempre com rastejo ¬¬). Chegamos ao nosso primeiro salão e nomeamos de Salão da Independência (sugestão de Estevan), já estávamos cavernando no dia 07 de setembro.

A partir dali as possibilidades era muitas, pois o Salão da Independência tinha vários caminhos que poderiam ser seguidos, Estevan pegou um caminho e foi dar uma pequena explorado, enquanto eu pegava outra. Estevan achou o dele promissor e decidimos seguir por ele. Logo que começamos a explorar, percebemos que estávamos em um salão que havia desabado e vimos que a sua estrutura era muito semelhante ao Salão da Cupula, e assim nomeamos de Salão da Paleocúpula. E nesse salão ficamos impressionados com uma formação na rocha, algo que pareciam nuvens e algodão doce para os que amam comida.

Nuvens ou algodão doce

Paramos para apreciar um pouco, pois também precisamos desses momentos. E após alguns minutos demos sequência, deixando uma entrada lateral para fazer na volta. Andamos mais um pouco e chegamos em um pequeno salão que fechava, tinham vários estalactites que pareciam muito estacas de matar vampiro, os moradores do Bat Salão não gostaram muito desse salão, acredito eu (KKKKKK), nomeamos de Salão das Estacas. Ao chegar no Salão das Estacas, paramos para tomar mais um pouco de água e decidir se iriamos encerrar a expedição ali, ou exploraríamos mais um pouco. Chegamos ao acordo de dar continuidade e lá fomos nós. Voltamos mais um pouco e pegamos a entrada que tinha ficado para a volta, seguimos e adivinha? Mais rastejo, não acabava nunca os rastejos. E eles valeram a pena, chegamos em um conduto que parecia não ter fim e com muito “ESCREMENTO” de algum animal, o que nos deixou muito ansiosos para o que poderíamos encontrar. Encontramos algumas bases topográficas que não eram nossas e percebemos que não éramos os primeiros a pisar ali.

O tempo não estava a nosso favor e decidimos voltar a partir dali, porém com já voltávamos pensando no retorno para topografar e encontrar o fóssil do animal que deixou aquele tanto de excremento naquele local.

A expedição foi um sucesso, não conseguimos o nosso objetivo que era ir a lugares que ninguém havia ido, porém as possibilidades que ficaram para as próximas expedições na Toca do Matias são inúmeras e isso fez nossa expedição valer a pena.
Um forte abraço e até a próxima aventura.

Thiago Mattos.

Nenhum comentário:

Postar um comentário