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sábado, 9 de dezembro de 2017

Expedição Kupi III (Toca do Gracindo) – A descoberta da nossa padroeira 
18 e 19/11/2017


Fala galera, beleza? Aqui estamos nós para mais uma expedição, e dessa vez as expectativas estavam lá em cima! Nosso objetivo dessa vez foi fazer a prospecção de uma caverna com muitas lendas, na cidade de Umburanas-BA. Uma das lendas dessa caverna era que um antigo coronel da região, chamado Gracindo, quando matava alguém desovava os corpos dentro dessa caverna. A outra era que moradores tinham entrado na caverna e tinham caminhado por 12 horas dentro dela e não encontraram o fim. Com toda essa mística sobre a caverna, saímos de Petrolina em apenas um carro, a caminho de Umburanas, onde no caminho encontraríamos com o pessoal de Várzea Nova, antes de seguir até o destino final. Encontramo-nos e sem muito “arrodeio”, seguimos viagem. Chegamos em Umburanas ainda pela manhã e fomos direto para a casa do Seu Dão. Chegando lá o mito das 12 horas já tinha caído por terra, Seu Dão falou que eles entraram pela manhã e saíram na hora do almoço, mas isso ainda era uma grande caverna. Então, fizemos uma parada para encontrar o nosso guia, e aproveitamos para comer algo.

Todos prontos e alimentados, seguimos para a caverna. Chegando a fazenda em que a caverna estava localizada, deixamos o carro perto da cerca e fomos nos equipar. Todos equipados e prontos, tomamos rumo para o pequeno abismo, tinha uma trilha de mais ou menos 1km até lá. Quando cheguei à metade, percebi que tinha esquecido o óculos no carro. Tive voltar correndo enquanto o pessoal me esperava (não aconselho ninguém a correr com bota de trekking kkkkkk). Enfim chegamos, e logo André e Erickson perceberam a formação rochosa encontrada ali, não era calcário. A primeira frustação começou ai, mas o guia que nos levou até o local, disse que havia uma ossada estranha logo na entrada da caverna e a expectativa voltou a ser alta. Porém (kkkkkk), ele falou que os moradores que entraram para explorar a caverna, tinham passado 40 minutos rodando nela e não tinham encontrado o fim. (OBS: passamos de 12hrs de caverna para 40min).

Da esq. p/ dir.: em pé Erickson, Pedro Vitor (Guanoboy), Thiago, John, Gessica, Sandra. sentado: Vinicius, Danilo, Smeagol, André e Seu Dão.
Enfim, já estávamos ali, iriamos explorar tudo que estivesse ali embaixo na caverna. Fizemos alguns vídeos enquanto era feita a ancoragem da escadinha e começamos a descida. Logo que André desceu, percebeu que embaixo do grande maciço de rocha da entrada, tinha uma grande camada de calcário, e com isso a expectativa que a caverna ia desenvolver subiu bastante. Após todos descerem, paramos para tomar uma água e fazer a primeira leitura da entrada da caverna. O primeiro conduto em que o guia havia dito que não tinha fim, logo fechou, então partimos para o outro lado. Desse lado, a caverna se desenvolvia para 2 lados, Gessica foi para um lado e Danilo foi para o outro. Questionados qual lado seguia, os dois responderam que seguia, porém o de Gessica era mais complicado a locomoção. Decidimos ir por onde Danilo estava seguindo. A caverna era bem irregular, em um curto espaço tinha rastejo, com passagem em pequenos abismos e muito, eu disse muito guano. Tanto guano que certo momento, um dos calouros ganhou o apelido de Guano Boy, pois em certo momento ele foi se apoiar no guano e o braço afundou até um pouco acima do cotovelo.



Chegou um certo momento em que tivemos que passar por uma passagem bem estreita, onde era necessário tirar a mochila para conseguir passar. Todo mundo estava passando tranquilo, até que Seu Dão percebeu por onde iria ter que passar e exclamou: “Minha mãe disse que não para eu inventar de entrar em caverna, mas eu sou teimoso. Olha o tamanho desse buraco que vou ter que passar.” E logo depois exclamou: “Minha nossa senhora dos quebra queixos”. Pronto, foi motivo de quem estava perto parar e cair na gargalhada. John ficou imóvel e só conseguia rir, causando até uma preocupação de Gessica que estava um pouco à frente e voltou para verificar o que tinha acontecido.

Passado o momento de descontração, seguimos mais um pouco e percebemos que tínhamos andado em circulo, voltando para a entrada da caverna. Paramos então para tomar um pouco d’água e comer algo. A decepção já era um pouco evidente, tínhamos rodado os 40 minutos que tinham falado para a gente e não tivemos muito êxito. Mas, ainda tinha a passagem de Gessica, então decidimos ir verificar e quanto mais a gente entrava mais o cheiro forte de guano ia ficando. Até que chegamos em um conduto que era muito difícil a respiração, devido a grande quantidade e a forma como o guano ainda estava bem molhado. Logo a frente desse conduto, a caverna fechava e tivemos que retornar. Muito frustrados e decepcionados, preparamos para subir e sair da caverna. Todos subiram, paramos um pouco para conversar e fazer alguns vídeos.

O pensamento era que iriamos sair da caverna tarde da noite, e não era nem 16hrs quando saímos. Foi então que John deu a ideia de procurarmos outra coisa para fazer, outra caverna ou cachoeira, para que não ficássemos sem fazer nada.  Conversamos e decidimos seguir para Ourolândia e explorar um pouco da Toca dos Ossos.

Foto: Erickson Batista
Já se passava das 19hrs quando entramos na Toca dos Ossos. Logo na entrada, os que estavam tendo seus primeiros contatos com cavernas, se impressionaram com a sua grandeza. Uma caverna com grandes salões e muito espeleotema. Fizemos uma caverna muito animada, a caverna a todo momento se mostrava diferente e um curto espaço também. Começamos caminhando em grandes condutos, e logo chegamos aos rastejos, e logo caímos em um salão grande com muitos blocos caídos. Segui um pouco mais enquanto o pessoal toma uma água e percebi um conduto que parecia muito que passava água recente. Voltei e falei para o pessoal, tiramos umas fotos, nos hidratamos e seguimos por esse conduto e os sinais iam mostrando que passava água por ali. 



Chegamos ao final do conduto e tinha uma pequena escalada. Escalamos e chegamos a um salão que nele tinha uma claraboia, os sinais estavam certos, ali corre água quando chove. Nesse momento decidimos voltar, já se passava das 20:30h, pois ainda tínhamos que ir para o nosso local de camping e o pessoal podia estar nos esperando. Tomamos o caminho de volta, com um desejo enorme de voltar a essa caverna.Seguimos para o camping, onde a ideia era fazer um luau e ter uma boa prosa, porém após os banhos, parece que bateu o cansaço na maioria e só deu tempo de montar acampamento e dormir. 

Acordamos cedo no outro dia, fizemos o café e decidimos ir ao Poço Verde, um local fantástico em que água parece ser de mentira, uma coloração incrível. Contemplamos bastante aquele momento e ali se encerrava a nossa expedição. 2018 vem ai e as expectativas são aos melhores possíveis para o próximo ano. Vamos cavernar muito!!!




Thiago Mattos 

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