Expedição Kupi III (Toca do Gracindo) – A descoberta da nossa padroeira
18 e 19/11/2017
Fala galera, beleza? Aqui estamos nós para mais uma
expedição, e dessa vez as expectativas estavam lá em cima! Nosso objetivo dessa
vez foi fazer a prospecção de uma caverna com muitas lendas, na cidade de
Umburanas-BA. Uma das lendas dessa caverna era que um antigo coronel da região,
chamado Gracindo, quando matava alguém desovava os corpos dentro dessa caverna.
A outra era que moradores tinham entrado na caverna e tinham caminhado por 12
horas dentro dela e não encontraram o fim. Com toda essa mística sobre a
caverna, saímos de Petrolina em apenas um carro, a caminho de Umburanas, onde
no caminho encontraríamos com o pessoal de Várzea Nova, antes de seguir até o
destino final. Encontramo-nos e sem muito “arrodeio”, seguimos viagem. Chegamos
em Umburanas ainda pela manhã e fomos direto para a casa do Seu Dão. Chegando
lá o mito das 12 horas já tinha caído por terra, Seu Dão falou que eles
entraram pela manhã e saíram na hora do almoço, mas isso ainda era uma grande
caverna. Então, fizemos uma parada para encontrar o nosso guia, e aproveitamos
para comer algo.
Todos prontos e alimentados, seguimos para a caverna.
Chegando a fazenda em que a caverna estava localizada, deixamos o carro perto
da cerca e fomos nos equipar. Todos equipados e prontos, tomamos rumo para o
pequeno abismo, tinha uma trilha de mais ou menos 1km até lá. Quando cheguei à
metade, percebi que tinha esquecido o óculos no carro. Tive voltar correndo
enquanto o pessoal me esperava (não aconselho ninguém a correr com bota de
trekking kkkkkk). Enfim chegamos, e logo André e Erickson perceberam a formação
rochosa encontrada ali, não era calcário. A primeira frustação começou ai, mas
o guia que nos levou até o local, disse que havia uma ossada estranha logo na
entrada da caverna e a expectativa voltou a ser alta. Porém (kkkkkk), ele falou
que os moradores que entraram para explorar a caverna, tinham passado 40
minutos rodando nela e não tinham encontrado o fim. (OBS: passamos de 12hrs de
caverna para 40min).
Da esq. p/ dir.: em pé Erickson, Pedro Vitor (Guanoboy), Thiago, John, Gessica, Sandra. sentado: Vinicius, Danilo, Smeagol, André e Seu Dão. |
Enfim, já estávamos ali, iriamos explorar tudo que estivesse
ali embaixo na caverna. Fizemos alguns vídeos enquanto era feita a ancoragem da
escadinha e começamos a descida. Logo que André desceu, percebeu que embaixo do
grande maciço de rocha da entrada, tinha uma grande camada de calcário, e com
isso a expectativa que a caverna ia desenvolver subiu bastante. Após todos
descerem, paramos para tomar uma água e fazer a primeira leitura da entrada da
caverna. O primeiro conduto em que o guia havia dito que não tinha fim, logo
fechou, então partimos para o outro lado. Desse lado, a caverna se desenvolvia
para 2 lados, Gessica foi para um lado e Danilo foi para o outro. Questionados
qual lado seguia, os dois responderam que seguia, porém o de Gessica era mais
complicado a locomoção. Decidimos ir por onde Danilo estava seguindo. A caverna
era bem irregular, em um curto espaço tinha rastejo, com passagem em pequenos
abismos e muito, eu disse muito guano. Tanto guano que certo momento, um dos
calouros ganhou o apelido de Guano Boy, pois em certo momento ele foi se apoiar
no guano e o braço afundou até um pouco acima do cotovelo.
Chegou um certo
momento em que tivemos que passar por uma passagem bem estreita, onde era
necessário tirar a mochila para conseguir passar. Todo mundo estava passando
tranquilo, até que Seu Dão percebeu por onde iria ter que passar e exclamou:
“Minha mãe disse que não para eu inventar de entrar em caverna, mas eu sou
teimoso. Olha o tamanho desse buraco que vou ter que passar.” E logo depois
exclamou: “Minha nossa senhora dos quebra queixos”. Pronto, foi motivo de quem
estava perto parar e cair na gargalhada. John ficou imóvel e só conseguia rir,
causando até uma preocupação de Gessica que estava um pouco à frente e voltou
para verificar o que tinha acontecido.
Passado o momento de descontração, seguimos mais um pouco e
percebemos que tínhamos andado em circulo, voltando para a entrada da caverna.
Paramos então para tomar um pouco d’água e comer algo. A decepção já era um
pouco evidente, tínhamos rodado os 40 minutos que tinham falado para a gente e
não tivemos muito êxito. Mas, ainda tinha a passagem de Gessica, então
decidimos ir verificar e quanto mais a gente entrava mais o cheiro forte de
guano ia ficando. Até que chegamos em um conduto que era muito difícil a
respiração, devido a grande quantidade e a forma como o guano ainda estava bem
molhado. Logo a frente desse conduto, a caverna fechava e tivemos que retornar.
Muito frustrados e decepcionados, preparamos para subir e sair da caverna.
Todos subiram, paramos um pouco para conversar e fazer alguns vídeos.
O pensamento era que iriamos sair da caverna tarde da noite,
e não era nem 16hrs quando saímos. Foi então que John deu a ideia de
procurarmos outra coisa para fazer, outra caverna ou cachoeira, para que não
ficássemos sem fazer nada. Conversamos e
decidimos seguir para Ourolândia e explorar um pouco da Toca dos Ossos.
Foto: Erickson Batista |
Já se passava das 19hrs quando entramos na Toca dos Ossos.
Logo na entrada, os que estavam tendo seus primeiros contatos com cavernas, se
impressionaram com a sua grandeza. Uma caverna com grandes salões e muito espeleotema.
Fizemos uma caverna muito animada, a caverna a todo momento se mostrava
diferente e um curto espaço também. Começamos caminhando em grandes condutos, e
logo chegamos aos rastejos, e logo caímos em um salão grande com muitos blocos caídos.
Segui um pouco mais enquanto o pessoal toma uma água e percebi um conduto que
parecia muito que passava água recente. Voltei e falei para o pessoal, tiramos
umas fotos, nos hidratamos e seguimos por esse conduto e os sinais iam
mostrando que passava água por ali.
Chegamos ao final do conduto e tinha uma
pequena escalada. Escalamos e chegamos a um salão que nele tinha uma claraboia,
os sinais estavam certos, ali corre água quando chove. Nesse momento decidimos
voltar, já se passava das 20:30h, pois ainda tínhamos que ir para o nosso local
de camping e o pessoal podia estar nos esperando. Tomamos o caminho de volta,
com um desejo enorme de voltar a essa caverna.Seguimos para o camping, onde a ideia era fazer um luau e
ter uma boa prosa, porém após os banhos, parece que bateu o cansaço na maioria
e só deu tempo de montar acampamento e dormir.
Acordamos cedo no outro dia,
fizemos o café e decidimos ir ao Poço Verde, um local fantástico em que água
parece ser de mentira, uma coloração incrível. Contemplamos bastante aquele
momento e ali se encerrava a nossa expedição. 2018 vem ai e as expectativas são
aos melhores possíveis para o próximo ano. Vamos cavernar muito!!!
Thiago Mattos
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