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terça-feira, 16 de janeiro de 2018

Expedição Toca da Onça - O retorno dos Jedi



Expedição Toca da Onça - Foto Oficial



Nesta expedição, juntaram-se a nós pela primeira vez: Victor Valverde, Carlos Augusto, Malu, Ségio Magarão vulgo "Ilícito" e Leonardo Bamberg "Dr. Hans Chucrute".

Havia findado o ano de 2017, e já era constante o alvoroço entre os integrantes da SEA “Sociedade Espeleológica Azimute” para saber quando e onde aconteceria a primeira aventura do ano de 2018. Depois de discutido, firmou-se que iríamos fazer uma expedição de prospecção no município de Jacobina (BA), próximo ao vilarejo de Caatinga do Moura. Tal expedição aconteceria ao derredor da Toca da Onça, lugar bastante promissor, palco de grandes descobertas paleontológicas, onde foram encontrados na década de 70, restos fósseis de Eremotherium laurillardi (Preguiça Gigante), o acesso a referida Toca, possui entrada de 90º e com pouco mais de 3 metros de diâmetro.

Dr. Hans Chucrute, D. house, Ilícito, Novinha do Guano e Ney
com Possível Fóssil de Eremotherium laurillardi

No segundo final de semana de Janeiro/2018, uma equipe partindo de Petrolina (PE), iria se encontrar com uma outra equipe na cidade de Senhor do Bonfim (BA), seguindo rumo à cidade de Caém (BA), pegando mais três integrante do grupo, um deles é o Ilícito “Sergio Magarão”, vindo de Salvador, chegando em Caém (Ba) às 5 horas da manhã onde seria recepcionado pelo Aspira e onde seria o nosso ponto de apoio nesta expedição. Feito isso, seguimos em três veículos para o distrito de Lages do Batata, município de Jacobina (BA), onde iria se encontrar com outra equipe que saiu de Várzea Nova (BA).

Já era quase meio dia, fazíamos então as últimas arrumações para prosseguirmos rumo a Toca da Onça, compramos alguns lanches, nos abastecemos com água, e agora prontos, partimos por uma estrada ainda asfaltada. Depois de 15 Km da última parada, chegamos ao vilarejo de Caatinga do Moura, adentramos em uma estrada de chão, seguindo a sinalização e a orientação de Ney (integrante do grupo que já havia visitado a entrada da Toca da Onça). Depois de percorremos alguns quilômetros em estrada de chão, entramos em uma propriedade particular, onde estaria localizada nosso ponto de prospecção. Ali já não era mais possível a passagem de veículos, paramos os carro s e fizemos a retirada dos materiais que utilizaríamos nesta empreitada. Enquanto isso, Ney e a Novinha do Guano (Mateus), buscavam localizar a entrada da gruta. Gruta esta que originou-se em um pequeno curso de água, hoje desaparecido. A gruta não tem outras entradas. Cartelle & Bohórquez, 1982.

Entrada da Toca da Onça

O grupo acabava de se preparar, vestidos no macacão, checadas as lanternas, separados os materiais de acesso vertical, partimos para a entrada da Toca da Onça. Já era próximo das 14 horas, enquanto Ney, Aspira (Emerson Cajado), Virgulino (Gilson), e Novinha do Guano (Mateus), faziam a ancoragem do material vertical, os outros integrantes faziam um breve lanche.


Ao fundo: Novinha do Guano, Aspira, Ney e Virgulino - Preparando a Ancoragem



Um sentimento de felicidade motivava o grupo, pois tivemos o regresso dos Jedi, (Novinha do Guano, Virgulino, Jéssica e Thais), que a mais de um ano não participavam das atividades do grupo.

Após ter montado e conferido os equipamentos do rapel, Dr. House (André Vieira), presidente da SEA assume a liderança do grupo, passando os últimos detalhes em relação a segurança, ordem de descida e objetivo da missão. Definiu então que para fazer o "check-in" de segurança, iriam descer, Ney, Dr. House e Thiago Laulima. Feito isso, Ney retorna à superfície, anuncia que é seguro fazer a descida, e já trás a notícia de que esta era uma caverna que não teria tanto potencial como esperávamos. Entretanto, não perdemos o entusiasmo. Continuamos com a expedição, onde já havia no subterrâneo uma equipe direcionada para fazer o mapeamento da mesma, pois mesmo sendo uma toca de grande importância científica, ainda não era topografada.


André e Victor Valverde - Topografando

Enquanto a missão era executada no interior da toca, a descida dos integrantes continuava. em tempo que já se finalizava a coleta das informações (retirada das coordenadas geográficas, ângulos, elaboração do croqui, etc), para elaboração do mapa. Neste processo, "Ilícito" foi responsável pela confecção do croqui. Depois de termos passado um tempo na pequena toca, uma equipe que ainda não havia descido fazia a prospecção da área, onde haviam encontrado mais um lugar para ser explorado. A equipe que havia descido primeiro, logo faz a ascensão a fim de explorar a nova área descoberta.

Ilícito elaborando o croqui


Jéssica anotando coordenadas e ângulos


Enquanto isso, o rapel continuava, a integrante da SEA, Helen Gabriela estava pronta para descer no rapel... Iniciando os primeiros passos após ter feito a “clipagem”, ela consegue chegar na entrada da Toca, entretanto a mesma não sentiu-se a vontade, pedindo para ser resgatada pois não estava sentindo-se confortável em descer. Neste momento, "Aspira" responsável pela segurança dos que estavam fazendo o rapel, desce e faz o resgate da Helen.


Momento em que Aspira Resgata Helen


Enquanto os exploradores faziam o retorno para a superfície, a equipe que regressara primeiro continua a exploração no outro “buraco”, sem ao menos esperarem que neste lugar haveria uma grande surpresa. Enquanto isso, Ney e Aspira continuaram auxiliando a ascensão do rapel, quando menos esperavam eles notaram a movimentação de uma luz entre os arbustos, então sinalizam, pois perceberam que era alguém perdido, buscando localizar o ponto inicial da expedição. Ao se aproximar, atônito e com a feição de espanto o grandioso "Virgulino" desabafa:

- Estava perdido, graças a Deus encontrei vocês!
- Erick? Erick? Erick?
...Insistentemente ele questionava pelo Erick “um dos fotógrafos da expedição”
Todos, espantosos com a ação do" Virgulino" olham para Erick...
Virgulino volta a insistir:
- Erick, vamos ali comigo, rápido!!! Encontramos um achado incrível! Vamos, rápido! Você precisa fotografar!


Todos atônitos e curiosos, começam a peleja no meio da noite turva, para tentar reencontrar o outro buraco.

Ao encontrar o lugar onde acontecia a outra exploração, iniciamos a descida pelas raízes dos arbustos para chegar ao local onde os demais se encontrava. Feito isto, localizamos o restante da equipe, foi quando percebemos Dr. House muito animado. Sabiamos que algo de muita importância foi encontrado, ao se aproximar, pudemos confirmar tal suspeita. Algo nunca encontrado antes nos tantos anos de SEA. (DESCREVEREMOS MELHOR TAL ACHADO EM UM OUTRO CAPÍTULO).

Pausa para comemorar o "Grande Achado" - Toca da Onça


Após todos terem se maravilhado com tal achado, a atenção se voltou para uma amiga que descansava com grande majestade após ter feito uma bela refeição. Era a majestosa Boa Constrictor “Jibóia-constritora”, com mais de dois metros, e convicta da sua imponente beleza, ela expunhava sua lígua bifurcada, coletando informações do ar para seus órgãos sensoriais...

Foi ali que "Aspira", Danilo e Carlos Augusto fizeram o domínio do belo animal, cuidando para não machucar o mesmo... aos poucos os outros integrantes vieram se aproximando e se familiarizando com o animal. Depois de fazermos algumas fotos, devolvemos a Jibóia a natureza, lugar que é seu de direito. Ainda assim, mesmo com a presença e com o contato com o animal a equipe não conseguia esquecer o achado...

Boa Constrictor “Jibóia-constritora”

Sem perceber que o tempo passara tão rápido, começamos um a um a fazer o regresso à superfície. Ao sair da vegetação emaranhada, o céu estava lindo... dividido com estrelas e ao longe lindos relâmpagos, aproveitando tal cenário para a foto oficial desta expedição. Começamos então a desmontar o material vertical, que ficara abandonado pelo alvoroço do achado.

Retorno a superfície após o "Grande Achado"

Feito isso, seguimos para os carros, depois de colocar todo material dentro do carro, trocar de roupa... seguimos para a casa do "Aspira", onde seria o nosso ponto de apoio. Ao manobrar os carros e partir um a um, surge uma intempérie... O carro do Erick fura o pneu, começa então a empreitada para colocar o estepe. Problema resolvido, partimos para o ponto de apoio. Enfim chegamos, cansados, mas felizes... todos tomaram um banho, e uma boa refeição, tivemos uns dois dedos de prosa... brincamos algumas partidas de poker, e depois nos aprontamos para dormir.

Caém (BA) Ponto de apoio na casa de Aspira

No dia seguinte "Dr. House" acorda cedo para levar o "Dr. Hans Chucrute", ao ponto de ônibus, pois tinha um compromisso logo cedo. Depois que todo o grupo já estava de pé, feita a refeição matinal, seguimos para a Cachoeira da Serrinha, situada na cidade de Caém (BA). Um lugar lindo, paradisíaco, onde pudemos repor as energias, e admirar as paisagens fantásticas daquele lugar.

Cachoeira da Serrinha em Caém (BA)

Saímos dali revigorados e já prontos para a próxima expedição.


A primeira expedição de 2018 não só superou todas as expectativas, como também se tornou marco para a Sociedade Espeleológica Azimute e para cada integrante do grupo que ama o que faz.


"Breve voltaremos com mais informações sobre o "Grande Achado"

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