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segunda-feira, 24 de setembro de 2018

Os fósseis da Gruta da Lapinha e o potencial paleontológico de Nova Redenção.





A cidade de Nova Redenção ganhou notoriedade com o atrativo turístico do Poço Azul do Milu, que além de possuir uma beleza extraordinária, foi palco para realização de um famoso documentário científico onde cientistas e mergulhadores retiraram fosseis submersos de vários animais extintos, dentre eles, espécies novas de Preguiças Gigantes. 


Além do Poço Azul a cidade de Nova Redenção contempla várias outras cavernas com alto potencial paleontológico. E durante o Simpósio Brasileiro de Paleontologia dos Vertebrados que aconteceu em julho de 2018, na cidade de  Teresina no Piauí, apresentamos para a comunidade científica o potencial paleontológico da Gruta da Lapinha que fica situada entre os municípios de Andaraí e Nova Redenção.

Esse trabalho apresentado no congresso é resultado da parceria estabelecida entre a UNIVASF Campus de Senhor do Bonfim e os grupos de espeleologia SEA e GAPPE. 

Apresentação do trabalho da Gruta da Lapinha, durante o XI SBPV em Teresina.


Nova Redenção fica situada em terrenos com rochas carbonáticas da bacia Una-Utinga, essas rochas são propícias à formação de cavernas. A gruta da Lapinha é formada por rochas carbonáticas de calcário rico em magnésio, chamado de calcário dolomítico.


Mapas adaptados da carta geológica da CPRM. Nota-se pelos mapas que Nova Redenção situa-se em terrenos formados por rochas de uma antiga bacia sedimentar. São conhecidos Geologicamente como calcário do Grupo Una.

A topografia foi feita parcialmente e revelou até o momento cerca de 600 metros de projeção horizontal e um desnível de 17 metros. Os fósseis foram encontrados no trecho final da caverna nos salões que batizamos de Salão Benevides e Salão da Mexerica.  O Salão Benevides é alcançado após descer uma fenda estreita com o desnível de – 6 metros. Esse é o salão onde encontramos a maior concentração de fósseis, e logo em seguida ao Salão Benevides, depois de encarar um teto baixo na parte sudeste da caverna, encontramos outro agrupamento de fosseis. Esse lugar ficou batizado de Salão mexerica, depois que fizemos uma pausa pra comer tangerinas (também chamadas mexericas) antes de encontramos os fósseis.



Mapa topográfico preliminar da Gruta da Lapinha.


A rocha calcária que forma a caverna foi originada em um antigo mar há mais de 700 milhões de anos atrás. Na imagem podemos ver marcas deixadas pelos primeiros seres vivos que habitavam esse mar primitivo, conhecidos como Estromatólitos.


Uma fenda de 6 metros de desnível separa o salão dos fósseis, da parte inicial da caverna.

 Resgate de fósseis no Salão Mexerica. Detalhe das cascas da fruta que deu nome ao Salão.


Os fósseis foram resgatados e tombados na Universidade Federal do Vale do São Francisco – Campus de Sr do Bonfim. Lá  foram realizados os estudos que ajudaram a identificar a que animais pertencem esses ossos. Os resultados mostram que os ossos encontrados no Salão Benevides são principalmente de uma preguiça terrícola extinta chamada de Valgipes bucklandi, de um cervídeo (Mazama gouazoubira) além de ossos do fêmur e tíbia de um Tigre –dente – de - sabre. Já os fósseis encontrados no Salão Mexerica são de outra espécie de preguiça chamada de Nothrotherium e também foi encontrado dentes de Anta cujo o nome científico é Tapirus terrestris.

Fósseis "in locu" da preguiça gigante Valgipes bucklandi

Concentração de ossos da espécie Mazama gouazoubira que é conhecido popularmente como veado catingueiro. 

Detalhes do dentário da espécie Mazama gouazoubira encontrado no Salão Benevides.

Podemos ver que alguns dos ossos passaram por um interessante processo de cristalização, que pode ser estudado futuramente, aumentando assim o nosso conhecimento sobre o processo de fossilização em cavernas. Outro aspecto interessante é que os ossos estavam desarticulados e muitas peças estavam fragmentadas e pode nos indicar que os animais não morreram ali, e que sofreram algum tipo de transporte; Considerando também as distâncias onde o material fóssil foi encontrado em relação às entradas conhecidas hoje, é provável que esses fósseis foram depositados nos salões por uma antiga entrada que encontra-se atualmente obstruída. 

Detalhes de um fêmur de Preguiça gigante completamente mineralizado por calcita.

Outro fêmur de preguiça, mostrando que muitas peças encontram-se fragmentadas.


Entrada principal da Gruta da Lapinha em Julho de 2017.



domingo, 16 de setembro de 2018

Expedição Curaçá: O Lado B da Prospecção.





Prospecção do latim prospectione que significa procurar, pesquisar; é um termo da geologia que é usado para descrever os métodos utilizados para descobrir jazidas de uma região. Na espeleologia fazemos prospecção para descobrir cavernas. O lado bom da prospecção é o prazer da descoberta que acompanha nosso espirito aventureiro desde os tempos imemoriais. Mas, nem tudo são flores nos dias de prospecção!



Quais são as três situações indesejadas em uma prospecção de cavernas?

I - Chegar ao afloramento e não encontrar a entrada da caverna.

II - Encontrar uma entrada na caverna e não conseguir entrar.

III - Entrar na caverna e perceber que ela não desenvolve.

Passamos por um pouquinho de cada uma dessas situações na expedição de setembro que relatarei a seguir.


A prospecção começa na biblioteca. 
Encontramos a dica no livro lançado pelo ICMBIO: PAN para a conservação do patrimônio espeleológico nas áreas cársticas da bacia do rio São Francisco. De acordo com esse livro, a bacia do São Francisco é dividida em 3 áreas cársticas prioritárias para ações de conservação.  E a área que compreende parte dos estados de Sergipe, Alagoas , Pernambuco e Bahia (ver mapa abaixo) é considerada como lacuna de conhecimento espeleológico, em razão do alto potencial e do baixo numero e cavernas registradas.

Mapa das áreas cársticas retiradas do livro do ICMBIO: PAN para conservação do patrimônio espeleológico da Bacia do São Francisco.





Como pode ser observada no mapa as regiões cársticas do Supergrupo Canudos (sub-bacias de Curaçá e Macururé possui apenas 4 cavidades registradas), e adjacente a essas sub-bacias está os carbonatos do Grupo Una e Formação Caatinga sub-bacia Curaçá com simplesmente nenhuma caverna registrada (Lembrando que cavernas icônicas como: Toca da Boa Vista, Gruta dos Brejões, Toca dos Ossos e Gruta do Convento se desenvolvem em rochas dessas Formações).




Pois bem, com nosso destino já definido partimos de Petrolina com destino a Curaçá no dia 8 de Setembro de 2018. Nessa ocasião batemos o record negativo de realizar a expedição com menor número de participantes em toda a história da SEA. Apenas 3! Eu, Thiago e Ariavania (que se deslocou quase 500 Km de Alagoinhas na Bahia até Petrolina em Pernambuco afim de participar de uma expedição SEA).





Foto Oficial da Expedição: André, Ari e Thiago. Na entrada da Gruta do Patamuté. 08/09/2018.


Decidimos começar a expedição com a certeza de visitar uma caverna! Seguimos para a Gruta do Patamuté que está situada a 18 km do povoado de Patamuté e que desde o inicio do século XX é utilizada pela comunidade regional para realizações de cerimônias religiosas. A caverna é bastante antropizada e já foi topografada pelo Grupo Sul Baiano de Espeleologia (GSBE) em 1999. Apesar disso, havia uma dúvida que eu precisava confirmar em Patamuté. 



Planta baixa e perfil topográfico realizado pelo GSBE liderados pelo amigo Elvis Barbosa. Aproveitamos a oportunidade e atualizamos algumas medidas com a trena laser. Já que em 1999 a topografia foi feita com trena de fita.

Logo nas proximidades da entrada da caverna encontramos esse belo exemplar de Estromatólito. Estromatólitos são registros das primeiras atividades biológicas remontam a era Proterozoica e indicam a presença de uma mar raso e quente a cerca de 700 milhões de anos atrás.


No único salão da Gruta do Patamuté, podemos observar colunas que chegam a 30 metros diâmetro ( Centro da foto); Um pequeno altar (fundo) e as unidades estratigráficas bem delimitadas na parede. 


Detalhe das unidades estratigráficas. Metacalcários do Grupo Vaza-Barris.



A dúvida que precisava tirar em Patamuté é da área da bioespeleologia. Diz respeito, a um crustáceo exclusivo do ambiente subterrâneo conhecido pela ciência como Anfípode e tem o nome comum de “pitu”. O artigo que descreve o gênero de anfípode diz que a espécie referencia foi encontrada na gruta do Patamuté. E eu tinha o interesse particular de encontrar esse crustáceo. 

Apesar da estrada com trechos acidentados e da sinalização confusa, chegamos com relativa facilidade na Gruta do Patamuté. Lá, ficamos encantados com a beleza cênica do único e volumoso salão que compõe a Gruta.  
Também encontramos alguns fiéis que tinham se deslocado de Juazeiro para fazer suas preces.  Um dos fiéis nos contou que visita a gruta desde a década de 50. E relatou que "há muito tempo atrás a caverna tinha uma “aguada”, mas que devido a uma maldição a água da caverna secou"... Isso teria acontecido antes da década de 50! Sem água, sem chance de encontrar o crustáceo. 
Mas, nossa esperança foi alimentada com a informação que atrás da mesma serra onde está a Gruta do Patamuté, existe a Gruta Olhos d´água e essa teria água. Talvez tenha sido dessa gruta que foi coletado o “pitu”. Vamos pra lá!


Precisávamos encontrar alguém pra nos levar a Gruta dos Olhos d água, já que essa não recebia visitante e, portanto não há estradas para lá. Voltamos para o Povoado de Patamuté a fim de almoçar e encontrar algum guia local.  Encontramos seu Carlinhos que tinha um repetitivo bordão “ Essa Serra é cheia de segredos”.



Como prometido por Carlinhos o carro chegava bem próximo a Gruta dos Olhos d’água. Ficamos bem animados ao ver o maciço calcário. A entrada larga e quase vertical da caverna fez nossa mente viajar sobre a possibilidade de encontrar fósseis da megafauna no seu interior. E quando caminhávamos serenamente para nossa primeira cavernada do dia, eu chamei a atenção de Thiago e Ari para uma enorme colmeia de abelha bem no trecho que permite a decida na caverna. Era inviável descer ou subir aquele abismo sem atiçar as abelhas e tomar alguma ferroada, não demoramos a decidir que deixaremos para outra oportunidade descobrir o que esconde essa caverna protegida pelas guardiãs melíferas.


Entrada da Toca d'água. Infelizmente foi o mais próximo que conseguimos chegar sem ser atacados pelas abelhas. 

Já eram duas da tarde e decidimos ir tentar a sorte na Serra da Borracha. Demoramos pouco mais de uma hora e meia pra chegar ao afloramento da Serra da Borracha, e a medida que encontrávamos os vilarejos todos confirmavam que existia sim grutas por ali, o que nos deixava empolgados. Ao chegar bem próximo ao afloramento percebemos que ali tinha uma mineradora de mármore. Uma pedreira como chamam os locais. E talvez por isso, não conseguimos convencer nenhum dos locais a nos levar nas entradas das cavernas que pelas informações coletadas são várias. 
Os moradores ficaram temerosos e aparentemente acreditavam que de alguma forma nós poderíamos atrapalhar a forma como eles trabalham na pedreira. 
 Na próxima vez, teremos que ir com antecedência  conversar com os moradores explicar que nossas intenções são apenas de passar horas no interior da terra conhecendo e se maravilhando. E que não temo interesse na pedreira de mármore. 

Paredão calcário da Serra da Borracha. Alguns acreditam que ainda é possível encontrar nesses paredões a extinta Ararinha Azul (Cyanopsitta spixi)

 Para finalizar nosso lado B da prospecção encontramos no caminho de volta para Petrolina, um senhor lutando para trocar um pneu do seu carro a beira da estrada. Paramos para ajudar e colhemos informações sobre duas localidades com cavernas promissoras nesse carste.  
Avistamos outro carro quebrado na pista, será um sinal? 
Meia hora depois era o nosso carro que estava quebrado e finalizamos a noite comendo uma pizza na oficina esperando o conserto do carro.



Final de expedição de Prospecção com o carro enguiçado. 


sábado, 1 de setembro de 2018

IV Encontro Nordestino de Espeleologia: Lições de Ituaçu em ano de Copa



Não era só um jogo da copa do mundo de futebol que estava rolando, o fato é que saímos de Petrolina com destino a Ituaçu no horário em que a seleção Brasileira de futebol entrava em campo contra a seleção da Sérvia no dia 27 de junho de 2018. Este fato nos leva a nossa primeira reflexão...



O atual desinteresse do brasileiro pela copa do mundo. Segundo as pesquisas publicadas no jornal Folha de São Paulo às vésperas do mundial de futebol, 54% dos torcedores em potencial da seleção afirmam não ter qualquer interesse pelo Mundial da Rússia. Alguns acham que o desinteresse é reflexo do 7x1 da última copa. Outros apontam o fato de que no futebol global as grandes equipes europeias são grandes conglomerados de jogadores que funcionam como seleções continentais, ao assistir um jogo da "Champions League" temos a oportunidade de ver todos os jogadores em alto nível. Vemos o melhor lateral do mundo passando a bola para o melhor atacante do mundo, já nas seleções nacionais que disputam a copa, o mesmo não acontece o que talvez gere alguma frustração.






Fazendo um paralelo com a espeleologia (que às vezes esquecemos que também é um esporte), cada ano parece menor o número de espeleólogos que encontramos nos eventos de espeleologia no Brasil. Percebemos isso, tanto em termos locais com nossos membros e expedições cada vez mais reduzidos aqui no sertão nordestino, quanto do ponto de vista nacional. A SBE lançou dados parciais sobre o censo espeleológico que está sendo realizado em 2018 e os números são tristes. Enquanto que a National Speleological Society (NSS) nos Estados Unidos contam 10 mil membros em 250 grupos, os dados preliminares do censo da SBE aponta que sequer temos 250 membros em menos de 20 grupos. Será que como espeleólogos sofremos da mesma frustração futebolística? Clubes de espeleo pequenos sendo carregados por um ou dois entusiastas. Seria a criação de superligas da espeleo uma saída? É algo pra se pensar com certa urgência antes que a espeleologia brasileira seja engolida pela chamada espeleologia profissional ligada a empresas e órgãos governamentais com objetivos e ideologias voltada para o licenciamento ambiental.






Outros paralelos ainda podem ser traçados entre a copa do mundo e o ENE de 2018. A cidade sede dos dois eventos guardam algumas semelhanças: Ambas as cidades são conhecida por suas baixas temperaturas e o alto consumo de álcool, porém enquanto que a terra de Yuri Gagarin se sobressai no campo da tecnologia e exploração espacial, a terra de Moraes Moreira tem a exploração do subterrâneo como seu destaque. Podemos ter um vislumbre da espeleologia em Ituaçu com o breve resumo de como foi o IV Encontro Nordestino de Espeleologia organizado pelo Grupo Arara de Espeleologia (GAE).





A cidade de Ituaçu em clima de copa, são joão e espeleo.



A abertura do Evento foi dentro de uma caverna, não uma caverna qualquer ,mas a suntuosa Gruta da Mangabeira onde presenciamos a faixa de boas vindas sendo lentamente desenrolada através de técnicas verticais e fomos brindados pela brilhante palestra do Professor Ricardo Fraga. Outro destaque daquela manhã de 28 de junho foi a emocionante homenagem in memoriam a Binael Soares Santos e Simpliciano Lima. Após um ciclo de palestras com algumas referencias da ciência espeleológica fechamos o primeiro dia com a divertida e encantadora travessia da gruta da mangabeira.

Abertura do IV ENE na gruta da Mangabeira.

Turismo na Gruta da Mangabeira pra fechar o primeiro dia do evento.



As cavernadas realizadas no segundo dia do evento foram o ponto alto do Encontro, tivemos a oportunidade de trocar experiências e aprender na prática com ícones da espeleologia nacional nas cavernas: Gruta do Parafuso, e Gruta do Pé do Morro. Infelizmente neste dia não foi possível visitar a Lapa do Bode, por conta de um imprevisto apícola. 



Entrada da Gruta do Pé do Morro- Ituaçu- BA.


Espeleotema que dá nome a Gruta do Parafuso- Ituaçu - BA.



Encerramos a nossa participação no ENE com a maravilhosa comemoração cultural da festa de São Marçal no dia 30/07. Assim como à seleção brasileira, nós também deixamos o evento antes da hora, e perdemos o último dia que culminou com uma expedição para a Lapa do Bode (dessa vez sem abelhas) e o encerramento do evento com o: “CAVERNA NO BUTECO” com a participação especial de Celso Ximenes, o organizador do primeiro ENE contando as histórias e causos dos encontros anteriores.






Lapa do Bode - Ituaçu-BA. Foto:Solon Almeida


Encontro de gerações no " Caverna no Buteco" Ramile Pinto, Ney Godim, Elvis Barbosa, Celso Ximenes, Solon Almeida e Mª Elina Bichuette.



Por fim uma última lição que tiramos da Copa e que podemos trazer para a espeleologia é a da Xenofobia. Os campeões do Mundo de Futebol de 2018 foram os que se despiram do preconceito e tiveram em seu elenco jogadores de outras etnias. Nenhum time da África foi muito longe na copa, já a França que foram campeões e tinham imigrantes em seu elenco chegaram onde chegaram devido ao investimento que fizeram no futebol dos imigrantes. Do ponto de vista espeleológico não é de hoje que discutimos entre nós como a espeleologia nordestina é vista com um certo preconceito pelos espeleólogos do sudeste, não é raro ouvir discursos separatistas e as palavras de Fred Lott (presidente da SBE) e Solon Almeida (Espeleonordeste) durante o evento foi no sentido contrário ao preconceito e reforçou a importância do investimento sobretudo na espeleologia praticada pelos grupos.


Turma do GAE presenteando Thiago (SEA) com o estiloso e cobiçado macacão da tropa de elite do GAE.



Não poderíamos escrever uma crônica sobre O IV ENE sem agradecer imensamente a todos os integrantes do GAE pela hospitalidade, pela amizade e por ter nos mostrado pra todos nós a receita de como fazer um evento espeleológico de sucesso. Um salve para o GAE e seu precioso “JABUTIÇÁ”. 


Jabutiçá o troféu do espeleoesportista do IV ENE.





Nós da SEA deixamos o IV ENE com a responsabilidade de junto com os mentores dos ENE anteriores organizar em 2020  o V ENE, na cidade de Petrolina – PE. 




Contagem regressiva para o primeiro encontro de espeleologia de Pernambuco.